A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), comemorou a marca de um ano à frente do Paço com uma breve solenidade nesta quarta-feira, 3, no Centro de Convenções da Capital. Em um auditório lotado de servidores, um vídeo institucional listou as ações da administração e a tucana foi a responsável por apresentar o cronograma de pagamento das progressões do funcionalismo da Capital, congeladas desde 2016. A gestora ainda conversou com a imprensa e citou que teve uma “desagradável” transição, apesar de garantir que mantém uma “relação de carinho” com o antecessor Carlos Amastha (PSB).
O principal anúncio do evento foi o cronograma de pagamento das progressões funcionalismo. O primeiro passo será o reenquadramento dos servidores. Aqueles que estão sem evolução desde 2016 serão enquadrados em junho deste ano, os de 2017, em agosto; os de 2018, em outubro; e os de 2019, em março de 2020. De acordo com a prefeitura, a programação garantirá que o décimo terceiro e a data-base de janeiro seja, pagos tempestivamente. Já o passivo de cerca de R$ 40 milhões será negociado a partir de abril do ano que vem. Ao todo, 7.706 efetivos serão beneficiados, segundo o Paço.
“A carreira do servidor público municipal de Palmas será a mais disputada do Estado do Tocantins. É com alegria e satisfação que estou devolvendo a vocês a esperança e a credibilidade de uma gestão que prioriza o trabalho do servidor palmense. Jamais teria coragem de fazer essa proposta se não fosse possível honrar.”, garantiu Cinthia Ribeiro em pronunciamento, que apesar de todo o atrito com o sindicato da categoria (Sisepe), também destacou uma aproximação com o funcionalismo. “Reativamos um bom, respeitoso, e profícuo diálogo com todos os servidores. Nosso contato hoje é direto”, acrescentou.
Logo após o anúncio, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Palmas (Sisepe), Heguel Albuquerque, avaliou que a prefeitura “progrediu” ao apresentar o cronograma de enquadramento, mas lamenta que o fato da proposta de pagamento do passivo chegar só em abril de 2020. “Ficou muito longe no horizonte este posicionamento. A gente esperava que no segundo semestre começasse a liquidar os retroativos dos salários menores”, comenta. O Sisemp convocará uma assembleia geral para deliberar a proposição do Paço, mas o sindicalista adianta que, “possivelmente”, uma contraproposta deverá acontecer.
Primeiro ano
Cinthia Ribeiro iniciou o pronunciamento emocionada e destacou a importância de se comemorar “do jeito” e “no tempo certo”. A prefeita destacou “novas alianças políticas” a boa relação com os demais Poderes e, em especial, com a Câmara de Palmas e bancada federal. A tucana ainda destacou as vitórias da administração após “momentos desagradáveis” que sofreu durante o primeiro ano à frente do Paço em que preferiu “se silenciar”.
Durante o pronunciamento, a gestora não especificou quais seriam estes “momentos desagradáveis”, mas questionada pelo CT após a solenidade, expôs uma insatisfação com a passagem de bastão feita por Carlos Amastha. “Nós vivenciamos um momento dentro da gestão um pouco difícil. Logo que eu assumi, nós não tivemos um relatório de transição apresentado pela equipe do meu antecessor, e isto dificultou muito para nós estabelecermos por onde começaríamos nossas atividades. Ou seja, não sabíamos o que tinha em caixa, qual era nossa arrecadação, quais eram as prioridades”, lista.
Orçamento prejudicado
Com este cenário, Cinthia Ribeiro conta que teve dificuldades para construir um Orçamento e realizar alterações no Plano Plurianual. “Tudo isto dificultou um pouco para que tivéssemos tempo para tomar ações e, principalmente, para que tivéssemos pé da situação real de qual era a qualidade financeira da própria prefeitura”, conta. A prefeita afirma que assumiu o município em abril, mas 70% do orçamento anual já estava comprometido. “Um gestor olha isto e pensa: ‘Meu deus, só 30%, o que vou fazer? Administrar folha de pagamento’. E nós conseguimos fazer muito. O extrato está aí”, exalta.
Para além dos problemas de transição, Cinthia Ribeiro também cita os processos eleitorais de 2018 também como um “momento desagradável”. “Aliado a isto, duas eleições. Nós na prefeitura tivemos nosso leal compromisso com o meu antecessor”, disse a prefeita, destacando que manteve a palavra e esteve no palanque de Carlos Amastha. “Tudo isto nos possibilitou de fato vivenciar um momento um pouquinho diferente. Onde pude implementar algumas ações e providências imediatas somente no finalzinho de outubro”, complementou.
PSB afastado
Apesar de expor insatisfação, Cinthia Ribeiro garante manter uma boa relação com o antecessor, apesar do afastamento do Partido Socialista Brasileiro (PSB). “O PSB está um pouquinho afastado. Agora a minha relação de carinho, de respeito de amizade com ele [Carlos Amastha] continua a mesma. Vida política, mandato, passam”, afirmou a prefeita. A tucana ainda revela que este afastamento da direção pessebista ainda não prejudicou a base de sustentação na Câmara. “Embora tenhamos vereadores da base, na estrutura dentro da prefeitura, o PSB diz que quer ‘participar um pouco mais da gestão’, e a gente precisa entender como é este ‘participar um pouco mais’”, contou.
Eleições
A prefeita de Palmas não desconversou sobre as expectativas de disputar uma reeleição. “Por que não?”, respondeu. Cinthia Ribeiro afirmou que 2019 vai ditar o clima para uma disputa eleitoral. “Na avaliação deste termômetro e, obviamente, na da população, poderemos pensar nisto mais para o final do ano. Mas sem sombra de dúvidas estou apaixonada pelo o que estou fazendo. Acho que é algo que a gente pode pensar. Se a população estiver satisfeita não descartamos de forma alguma. Aliás uma reeleição é super bem-vinda porque um mandato de dois anos é pequeno”, brincou.