A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), recebeu à imprensa sexta-feira, 20, para uma apresentação e um longo bate-papo sobre as ações do município em 2019. A tucana fez questão de destacar números como a redução das despesas de exercícios anteriores e as obras previstas para o ano que vem, mas também não fugiu dos temas políticos e expôs a insatisfação com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e com o Palácio Araguaia.
Tucanos não olham para Palmas
Sobre o partido, Cinthia Ribeiro lamentou a falta de atenção da direção nacional para a situação de Palmas, onde o presidente regional, o ex-senador Ataídes Oliveira, articula uma candidatura ao Paço, mesmo com uma correligionária podendo disputar uma reeleição. “Não olham com o devido valor, com o devido cuidado, para o nosso Estado. A ponto de não se preocuparem com 2020”, revelou durante conversa com a imprensa.
PSDB precisa se posicionar no Estado
Questionada pela Coluna do CT em entrevista, Cinthia Ribeiro revelou que, apesar de ter uma “excelente convivência” com os líderes nacionais tucanos, ainda entende haver necessidade uma interferência no Tocantins. “Eu me sinto muito confortável no partido. O que de fato precisa é um posicionamento da nacional com relação aos encaminhamentos que o diretório estadual e a própria comissão metropolitana tem realizado. Estamos vendo uma atuação totalmente apática, inerte”, disparou.
Ou correm atrás do prejuízo ou perdem a cereja do bolo
Diante desta crise e do aparente silêncio do diretório nacional sobre a sucessão em Palmas, Cinthia Ribeiro revelou que continua sendo sondada por outras agremiações. A prefeita reforçou que tem o desejo de permanecer no PSDB, mas pela primeira vez admitiu estar “balançada” a trocar de casa. “Ou correm atrás do prejuízo ou vão perder a cereja do bolo”, soltou. A ainda tucana disse que três legendas a convidaram, revelando o nome de dois: Democratas e o Progressistas. A gestora municipal não quis adiantar preferências.
Interferência do Palácio Araguaia
Surpreendeu também as críticas da prefeita ao governo estadual. Cinthia Ribeiro culpou o Executivo estadual pelos problemas que tem tido com o Legislativo municipal. “É claro que as pessoas já anteciparam o processo eleitoral há muito tempo. Por mais que não tenhamos candidaturas colocadas, as pessoas sempre ventilam algumas possibilidades. Dado a este fato, houve uma interferência direta do Palácio [Araguaia] com relação à Câmara de Vereadores. Do fundo do coração eu queria que eles se preocupasse com gestão, em cuidar do Estado”, disse durante a conversa com os jornalistas após a apresentação.
Aparelhamento do governo estadual
Cinthia Ribeiro chegou a avaliar como “positiva” a relação com o Legislativo como um todo, mas reforçou que a relação só azedou por causa do Palácio Araguaia. “Tudo ia bem até o governo do Estado resolver virar e aparelhar a Câmara de Palmas para que ficasse contra a prefeita. Quando isto acontece perde a cidade”, acrescentou. A tucana citou entre os resultados desta interferência o vencimento de Medidas Provisórias do Paço e lamentou a dificuldade de firmar uma agenda positiva conjunta com o Estado. “Não consigo entender a forma do governador de fazer gestão”, disse. Até o tratamento recebido na solenidade com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi um adendo nesta lista de dissabores.
Balanço da gestão
Em relação ao balanço em si – clique para conferir todos os dados apresentados -, a prefeita destacou de forma especial a redução das dívidas de exercícios anteriores. Cinthia Ribeiro afirma ter pego à gestão em 2018 com R$ 70,6 milhões de despesas pendentes, valor este que foi reduzido a R$ 59,7 milhões na passagem de ano e atualmente se encontra na casa dos R$ 16,3 milhões. Apesar de ainda haver débitos, a tucana disse que tem a expectativa de firmar acordo com grandes credores até o fim de dezembro para chegar em 2020 sem qualquer valor a ser pago de exercícios passados.
Dívidas eram âncora
Com esta redução, Cinthia Ribeiro prometeu uma administração promissora para o ano que vem. “Eu sentia uma verdadeira âncora que impedia que a gestão caminhasse. E mesmo assim conseguimos fazer todos esses avanços. Em 2020 estamos livre dela. Então, temos obrigação de fazer, no mínimo, o dobro”, garantiu.