A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), optou por suspender ainda no dia 6 deste mês o funcionamento das atividades não essenciais para conter a proliferação da Covid-19, que até este domingo, 21, contaminou 33.512 palmenses, levando 340 deles a óbito. Além disto, mais de 4,6 mil destes casos são considerados ativos. O endurecimento das restrições para evitar um colapso da rede de saúde gerou reação desproporcional de alguns, como contou a tucana ao jornalista Rubens Valente, do portal UOL.
Ao lado da ciência
Cinthia Ribeiro disse ao veículo nacional que sua vida “corre risco” e vê certa objetivos políticos em alguns ataques recebidos. “Ameaça de tudo que é lado, de tudo que é jeito. Eles olham para mim e acham que ‘é presa fácil, não vai ser muito corajosa’. Para trabalhar, hoje tenho que trabalhar com escolta. Minha vida virou um inferno desde que me declarei do lado certo, do lado da ciência, da vida das pessoas. É uma construção, em parte, política. Infelizmente a política entrou na pandemia. Você vê que é um movimento muito bem construído. É feito por extremistas”, comentou a gestora.
Ideia é criar pânico
A prefeita comentou sobre as duas manifestações organizadas em frente à sua residência no dia 3 e 11. “A ideia deles era criar um pânico. Jogaram pau, pedra, na porta do meu prédio. Quase 50 famílias, aí sim, ficaram impedidas de ir e vir, ninguém podia sair do prédio. Jogaram foguetes no nosso prédio. Palavras de horror. Eles esquecem que temos filhos – eu tenho um filho cardiopata. Ficou a família toda trancada aqui dentro, observando o horror lá fora. Estavam todos descumprindo o decreto, que prevê a não aglomeração. Eles não acreditam que o vírus contamine, que seja letal”, narrou.
Tudo às claras
Conforme Cinthia Ribeiro contou ao UOL, “inúmeras ameaças de morte” são feitas por meio do telefone e redes sociais através de perfis falsos. Envolvimento de políticos de oposição nestas manifestações também é citado. “É tudo às claras, eles não escondem nada. ‘O deputado Fulano está mandando litros de gasolina. Sicrano está mandando bandeiras.’ Perdemos um tempo imenso tendo que investigar esses perfis falsos nas redes, separar, denunciar, pedir providência. Isso no meio de uma pandemia”, disse a prefeita, que destaca que um um dos manifestantes “é investigado ou processado por sete homicídios”.
Única que reduziu taxas
Levantamento da Coluna do CT junto aos Boletins Epidemiológicos da Secretaria Estadual da Saúde mostra que Palmas, que está com as atividades não essenciais suspensas desde o dia 6, foi a única das cinco maiores cidades do Tocantins que conseguiram frear significativamente o crescimento dos casos de Covid-19. Os demais municípios mantiveram essas atividades não essenciais em funcionamento, com outras medidas restritivas. Do dia 7 para 14 de março, o número de casos da doença cresceu 7,1% na Capital. Dia 14 para esse domingo, 21, apenas Palmas apresentou um recuo significativo no crescimento de casos, caindo dos 7,1% para 4,9%.