A vice-governadora Cláudia Lelis (PV) vai protocolar ofício na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na tarde desta quinta-feira, 8, para tentar suspender a revogação da cessão de servidores publicada pelo prefeito Carlos Amastha (PSB). Em fevereiro, a Prefeitura de Palmas retirou do Estado a secretária estadual do Meio Ambiente, Meire Carreira, a superintendente da Secretaria de Educação, Morgana Nunes Tavares Gomes; ambas pevistas.
Segundo Cláudia Lelis, a intenção é mostrar a “arbitrariedade” que houve com o decreto de Carlos Amastha que pede que as duas – servidoras de Palmas – sejam exoneradas e retornem para o município. Meire Carreira e Morgana Nunes já protocolaram um mandato de segurança que questiona o ato. A vice-governadora criticou o prefeito e falou sobre perseguição política na sessão de quarta-feira, 7, da Assembleia Legislativa em homenagem às mulheres.
“No dia 8 de março fala-se muito em igualdade, em justiça, em acabar com a discriminação, com a violência contra as mulheres. Mas, como acabar com o preconceito e a discriminação se nos deparamos diariamente com casos de esse tipo de ação?”, questionou a vice-governadora. “Como acabar com a perseguição que ainda, em pleno século XXI, ataca de forma covarde e rasteira mulheres que estão à frente de cargos públicos”, acrescentou.
Cláudia Lelis reforçou as críticas. “São ataques covardes a essas mulheres que estão desde o primeiro dia deste governo desenvolvendo um excelente trabalho, e não podemos admitir esse tipo de atitude, de um gestor que diz fazer parte da nova política. Não existe nada de mais velho na política do que este tipo de perseguição. Tenham certeza não iremos nos calar mediante essa intimidação a essas duas mulheres, profissionais exemplares, mães de família, que estão há mais de 20 anos trabalhando por Palmas e pelo Tocantins”, defendeu.
Entenda
Em quatro portarias assinadas pelo secretário-chefe da Casa Civil, Télio Leão Ayres, o Estado revogou a cessão de seis militares: Albério Batista de Oliveira, Cleyton Alen Rego Costa, João Paulo Procópio Vieira Silva, Gleydson Ranyere Alves Barbosa, Rodrigo Whestphan Barbosa de Jesus e Claudemir Portugal Soares.
A revogação ocorreu cerca de três semanas após o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), ter criticado em Araguaína o excesso de policiais, principalmente os militares, deslocados para atender políticos ou instituições públicas no Tocantins. “Policial é para cuidar da população e não de político”, defendeu.
Um dia depois do ato do Palácio Araguaia, Amastha retirou do Estado, por serem servidores cedidos pelo município, a secretária estadual do Meio Ambiente, Meire Carreira, a superintendente da Secretaria de Educação e ex-subsecretária da pasta, Morgana Nunes Tavares Gomes, e Eduardo de Oliveira Bucar, assessor do gabinete do governador.