Infelizmente, a guerra ideológica de fundamentalistas religiosos contra os LGBT’s fechou as oportunidades de diálogo. É constante o ataque contra essa comunidade por políticos que se utilizam de discursos “religiosos” como forma de justificar seus preconceitos e evidente ódio. Sim, a palavra ódio é de fato a mais apropriada para descrever ações que atentam contra a segurança, contra a saúde, contra a liberdade, contra diversos direitos e, principalmente, contra a vida dessa comunidade cujo maior “erro” apontado por seus acusadores é o fato de serem quem são, nada mais.
Outra palavra que pode descrever esta reação é medo. Medo do diferente, medo do que não entende. E, ao invés de tentar entender, como Cristo fez, ataca, ofende, odeia, quer a extinção de outro ser humano que não escolheu ser o que é, assim como não se escolhe com que cor de pele nascer.
Ao expressar uma opinião a respeito desses LGBT’s, é importante lembrar que atrás de cada letra da sigla, existem milhões de pessoas, e cada pessoa tem um coração, necessidades e uma realidade diferente, mas não menor, que a sua.
A base da fé cristã é Jesus Cristo, uma pessoa acessível. Em toda sua história, sua figura humana nos oferece alívio em meio às cargas deste mundo, salvação ao invés de condenação. A lei que Ele nos deixou foi o amor e suas ações foram o nosso maior exemplo, sempre movidas de empatia e graça. Ele não acusava, ele escutava. Ele não se afastava, nem evitava, mas sentava à mesa e dialogava.
Quando o povo elege um representante político, buscar também um líder que traga alívio para suas necessidades. Ao escolher um representante cristão então, acredita-se no princípio base de que um seguidor de Jesus deve, sobretudo, imitá-lo. Um representante de Jesus que se insere nos espaços públicos e políticos deve expressar cuidado, sabedoria e, principalmente, consideração pelo próximo e vê-lo como um igual, alguém que exerce os mesmos deveres e, por isso, é digno dos mesmos direitos.
Você pode caminhar de mãos dadas com quem ama? Pare de condenar duas mulheres que desejam fazer o mesmo. Você sonha em ver seus filhos casados, em um lar protegido ou simplesmente gostaria de acompanhá-los ao altar? Aprenda que famílias diferentes da sua também tem esses direitos. Você acredita que apenas com educação e capacitação é possível desenvolver um ser humano e dar a ele um futuro melhor? Dê às pessoas Trans a oportunidade de educação e trabalho, faça a diferença.
A fé, seja em quem for, não deve servir de palanque para oprimir outros. Deem a César o que é de César e deixem o Estado cuidar das pessoas, de todas elas.
COLETIVO SOMOS
É composto pelo servidor público e ativista social Alexandre Peara, pela administradora e pesquisadora Thamires Lima e pelo estudante e militante da juventude Augusto Brito. Foi a primeira experiência de mandato coletivo da Capital e o grupo obteve 877 votos nas eleições de 2020.