O prefeito Auri-Wulange (PTB) assumiu o comando de Axixá do Tocantins em uma situação dramática. Com dívidas de Previdência (INSS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) que somam R$ 24.158.723,32, o Paço assiste aos repasses do Fundo de Participação de Municípios (FPM) serem retidos. “Vem zerado. Estamos de mãos atadas”, disse o gestor à Coluna do CT.
Dificuldades com o básico
Auri-Wulange afirma ser inviável administrar o município sem ter acesso a principal e quase única fonte de renda. “Impossível fazer gestão sem recursos do FPM, a manutenção básica, nem pagar a conta de energia. […] É iminente o blecaute”, chegou a prever o prefeito, que lembra que o cenário é mais grave com a pandemia de Covid-19. Axixá soma 627 casos da doença e cinco não resistiram às complicações.
Insensibilidade do governo federal
O prefeito não deixou de criticar o antecessor, Damião Castro, a quem vê uma espécie de “sabotagem” por deixar acumular R$ 24,1 milhões em dívidas para reconhecê-las no último mês de mandato, gerando os descontos que retém todo o FPM. Apesar da avaliação, Auri-Wulange não culpa somente o emedebista, mas também o pacto federativo. “Existe uma insensibilidade do governo federal. A culpa não é apenas do ex-gestor. Os encargos são altíssimos e os repasses são muito pequenos, e cria-se uma bola de neve”, resumiu.
Renegociação
Auri-Wulange adianta que já tenta renegociar a dívida, questionar os juros e multas aplicados para que o município consiga manter alguma arrecadação para garantir os serviços básicos do município. O prefeito também busca ajuda dos congressistas tocantinenses para que façam gestão junto à Receita Federal para auxiliar nos termos.