A Câmara Municipal de Palmas recebeu na manhã de quinta-feira, 24, representantes dos grupos de capoeira da Capital para a realização da audiência pública sobre o fortalecimento do movimento da Capoeira.
Segundo a Câmara, “o momento foi de discutir políticas públicas de valorização da capoeira como manifestação cultural, histórica e social”
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
O mestre de Capoeira, Raphael Alves Vieira da Silva, conhecido como Mestre Cego, iniciou a audiência apresentando sua dissertação de mestrado “Entre a pena e o berimbau: caminhos para o reconhecimento do caráter educacional e formativo da capoeira no Tocantins”. Ele fez um resgate histórico sobre a luta da capoeira e das legislações acerca do movimento ao longo dos anos, desde 1808 até seu reconhecimento como esporte e Patrimônio Cultural.
Segundo ele, “ainda existe muito preconceito e resistência na nossa capoeira. Infelizmente as pessoas veem os esportes midiáticos, olímpicos, elitizados, e a capoeira é deixada de lado, com pouco apoio, ou quase nenhum”, pontuou.
CAPOEIRA NA CAPITAL
O secretário extraordinário de Igualdade Racial e Direitos Humanos, José Eduardo Azevedo, disse que Palmas “começa a pagar uma dívida com seu povo”.
“O prefeito pediu para que eu cuidasse da capoeira da nossa cidade e nós vamos cumprir esse compromisso. No que depender de mim, da minha função pública, a capoeira vai ter o lugar que merece nessa cidade. Hoje apresento para vocês um projeto chamado: Palmas – Capital da Capoeira. Construído com escuta, com visitas e com o pé no chão”, explicou ao dizer que buscará com os parlamentares recursos para aquisição de materiais e para apoio com eventos, dentre outras demandas.
A co-vereadora do Coletivo Somos, Luciene Oliveira, disse esperar que essa audiência “seja apenas um primeiro encontro, de muitos outros, que possa ajudar a capoeira a continuar a crescer.”
HISTÓRIA
“A capoeira tem uma história de dor, porque ela foi criada como luta para se defender, mas foi disfarçada como dança para que o povo preto pudesse se defender. Mas ela carrega uma história de resistência, pois continua existindo e resistindo e está viva. Além da resistência, ela é um instrumento de formação de caráter, de mobilidade social e transformação de vidas”, comentou.
PARTICIPARAM DA AUDIÊNCIA
A audiência trouxe ainda música, cultura, luta e tradição com apresentação dos grupos de capoeira presentes. Além dos grupos, participaram desta audiência representantes das áreas de Cultura, Igualdade Racial, Patrimônio Histórico e Artístico e Defensoria Pública.