Com discurso de mudança e o slogan de campanha “Tocantins sem medo”, o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) confirmou neste sábado, 21, o nome do procurador da República licenciado Mário Lúcio de Avelar para concorrer ao governo do Estado, na eleição suplementar que vai ocorrer no dia 3 de junho. Segundo o candidato, o que o faz diferente dos demais políticos que pregam o “nova política” é o histórico de combate à corrupção e de defesa dos interesses da sociedade. Ele não citou nomes, mas dois pré-candidatos que têm se apresentado como novidade são o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) e o governador interino Mauro Carlesse (PHS).
“Pregar mudança, o fim da corrupção, a moralidade, a ética e a transparência, todos vão pregar. O que nos diferencia dos demais candidatos é a nossa história e a nossa postura. Nós temos uma história construída de combate à corrupção, de defesa do interesse público, que nos diferencia e nos credencia à construção de uma candidatura completamente independente dos esquemas que aí estão colocados”, declarou Avelar à imprensa.
Até segunda-feira, 23, o partido deve definir o nome da candidata a vice-governadora que vai compor a chapa com Avelar. Durante a convenção, cinco nomes foram colocados à disposição para ocupar a vaga, mas após alguns membros reivindicarem a paridade de gênero, apenas três mulheres permaneceram na disputa.
Os delegados do partido vão decidir entre a servidora aposentada do Ministério Público Federal e secretária do Psol, Lúcia Viana, a assistente social e presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil no Tocantins (CTB-TO), Sandra Leitão, ou a presidente da Casa 8 de Março, Bernadete Aparecida.
A sigla, entretanto, não descarta uma eventual coligação. O Psol tem conversado com outros partidos de viés ideológico de esquerda: PT, PCB, PCdoB e Rede Sustentabilidade, que também lançou candidatura própria neste sábado, com o ex-juiz Marlon Reis e ainda não definiu o vice. Avelar, porém, adiantou que não existe a possibilidade dele recuar de sair como cabeça da chapa.
Políticas públicas
À imprensa, Mário de Avelar contou que decidiu se candidatar porque vê na política a “única forma para mudar o país”. “Nós somos candidatos porque precisamos mudar a realidade do Estado do Tocantins, a má gestão, a corrupção, o patrimonialismo, que levou a esse caos que a população vive hoje”, justificou.
Um dos compromissos de campanha do postulante à cadeira do Palácio Araguaia é o “resgate das políticas públicas”. Avelar projeta ainda: o combate sistemático da corrupção, a transparência da gestão, erradicação e combate a pobreza; além de investimentos em educação, saúde e segurança pública.
Nova política
Durante seu pronunciamento aos filiados do Psol, Avelar garantiu que não se afastou do Ministério Público para “fazer a política que é feita hoje”. Segundo o procurador, as alianças das famílias Siqueira Campos e Miranda com “as oligarquias locais”, produziram um governo “extremamente corrupto”, que não deu cumprimento às políticas públicas. “Nossa candidatura é fora do sistema. Vem para questionar essas administrações que se colocaram e abrir a oportunidade da população fazer uma escolha diferente”, enfatizou.
Não só a fala de Avelar foi pautada pelo discurso de mudança. Demais membros do partido também pregaram o rompimento com “a velha política” e com os grupos do ex-governador Siqueira Campos (DEM) e do governador cassado, Marcelo Miranda (MDB), que comandaram o Estado desde a criação.
“Aqui em Palmas, o ex-prefeito que também é pré-candidato diz ser o novo, mas tem enfrentado investigações da Polícia Federal de desvio de dinheiro. Isso o Tocantins não quer mais. O Tocantins não tem mais limite para essas coisas. Nós, juntos com os trabalhadores e com os movimentos sociais, queremos mostrar para essa velha política que é possível ter um Estado diferente”, declarou o presidente do Psol no Tocantins, Edgar Gomes Ferreira.
A convenção do partido ocorreu na Câmara Municipal de Palmas com um público tímido de filiados e simpatizantes. Também estavam presentes a presidente do PCB Tocantins, Fátima Dourado, e o membro do PT Júlio Lima.
Perfil
Mário Lúcio de Avelar já atuou no Tocantins como promotor durante anos, mas agora é membro licenciado do Ministério Público Federal em Goiás. Seu trabalho no órgão envolve o combate à corrupção e a implementação de políticas públicas. Em 2014, filiado ao PPS, Avelar “ensaiou” uma candidatura ao governo do Estado e, em 2016, à Prefeitura de Palmas, que não foram adiante. Em março, o representante do MPF decidiu se filiar ao Psol, porque, segundo ele, o partido ofereceu a condição para o lançamento de uma candidatura “independente”, pautada na “ética”.