A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga aplicações temerárias do Instituto de Previdência Social de Palmas (PreviPalmas) ouviu nesta quarta-feira, 28, o ex-secretário de Finanças da Capital Christian Zini, que praticamente limitou-se a dizer que não cabia à pasta a qual estava à frente fazer a análise dos investimentos da entidade, mas apenas conferir a correção dos procedimentos administrativos para então assiná-los, conforme ato delegatório do Executivo. A sessão também previa a oitiva do ex-presidente do PreviPalmas Max Fleury, que não compareceu e pode vir a ser alvo de condução coercitiva.
Os questionamentos dos vereadores a Christian Zini tiveram como base o ato delegatório do ex-prefeito Carlos Amastha que exigia três assinaturas para que aplicações do PreviPalmas fossem concluídas: do presidente do instituto, da diretora de administração financeira e do titular da Secretaria de Finanças (Sefin). Sobre a participação dele neste processo enquanto secretário, o ex-gestor explicou que apenas averiguava os procedimentos administrativos e que as questões técnicas dos investimentos em si cabiam exclusivamente à entidade.
“O procedimento vinha do instituto, depois que a gente via o certificado de regularidade processual, fazia uma breve análise, e dava os prosseguimentos”, resumiu Christian Zini, que reforçou esta argumentação durante quase toda a oitiva da CPI. O ex-secretário disse ainda que não soube do risco das aplicações até que as denúncias saíssem na imprensa. “Não sabia se tinha risco; alto, baixo ou moderado. Não tenho capacidade técnica, nunca tive e nem tenho hoje”, comentou em outra parte da reunião.
Christian Zini foi bastante provocado pelos vereadores quanto a falta de conhecimento mais profundo das aplicações, apesar de ter uma das assinaturas responsáveis para que a mesma fosse concluída. O ex-secretário manteve o discurso de que apenas averiguava o certificado de regularidade processual, sem entrar no mérito do investimento, que caberia ao próprio PreviPalmas. O ex-gestor citou que o procedimento era semelhante a qualquer outra pasta da administração, citando educação e saúde como exemplos.
O ex-secretário também afastou a responsabilidade pelas aplicações que ocorreram apenas com sua assinatura e com a de Max Fleury, e sem a anuência da ex-diretora de administração financeira, Marineide Santana Pereira, como era exigido por ato delegatório. “Não sei em que fase do processo, em que momento foi colhido minha assinatura. Mas não era de nossa responsabilidade encaminhar ou conferir se tinha uma ou duas assinaturas”, afirmou.
Zini ainda foi questionado sobre a assinatura na aplicação do Cais Mauá apesar do ex-diretor de investimentos do PreviPalmas, Fábio Martins, afirmar em sessão anterior da CPI que apresentou parecer “inconclusivo” sobre o mesmo. O ex-secretário disse não se recordar de tal documento, mas que faria o levantamento do mesmo.
Ausência de Fleury
Apesar de prevista sua participação, Max Fleury não compareceu à sessão da CPI. A assessoria da presidência da comissão informou ao CT que o ex-presidente do PreviPalmas não foi localizado até o momento e que sua intimação deu-se apenas por Diário Oficial. Agora a Câmara disporá de oficial de Justiça para tentar localizá-lo e, caso não seja encontrado novamente, o ex-gestor será conduzido coercitivamente.