A eleição suplementar do Tocantins terminou com a vitória do governador interino Mauro Carlesse (PHS). O processo se encerra definitivamente nesta segunda-feira, 9, com a diplomação e a solenidade de posse. Antes incógnita, o deputado estadual Wanderlei Barbosa (SD) resolveu assumir o mandato de vice-governador, segundo fontes do Blog CT. O parlamentar tinha preferência em permanecer na Assembleia Legislativa
O Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE) realiza às 9 horas a diplomação, em evento fechado ao público. Com o ato, os eleitos se habilitam a exercer o mandato que postularam na suplementar, mesmo que haja recurso pendente de julgamento. Em seguida, a Assembleia Legislativa promove a sessão solene de posse. O evento está previsto para acontecer por volta das 10 horas.
Vice-governadoria
Wanderlei Barbosa não escondia a vontade de permanecer na Assembleia Legislativa. O CT conversou com o deputado na sexta-feira, 6, e neste sábado, 7, que reafirmou ainda estar discutindo com aliados. “Eu já conversei com o governador e falei que minha preferência é permanecer na Assembleia, mas é uma decisão minha com o grupo. Ainda vou ter uma conversa”, disse.
Entretanto, fontes do Blog CT garantem que o parlamentar assumirá o mandato para o qual foi eleito na suplementar. O CT voltou a questioná-lo, mas as ligações e mensagens não tiveram retorno. Se confirmada a ida de Wanderlei Barbosa à vice-governadoria, é Stálin Bucar (PR) que assumirá a cadeira na Assembleia Legislativa para o mandato tampão de pouco menos de seis meses.
Suplementar
Vencedor do primeiro turno da eleição suplementar, Mauro Carlesse disputou com o senador Vicentinho Alves (PR) a segunda votação, superando-o com com larga vantagem: 368.553 votos (75,14% dos válidos), contra 121.908 votos (24,86% dos válidos) do republicano. O resultado é a maior diferença já registrada nas eleições do Tocantins desde a criação do Estado em 1988.
Presidente da Assembleia, Carlesse está a frente do Executivo desde a cassação dos diplomas de governador de Marcelo Miranda (MDB) e de vice-governadora de Cláudia Lelis (PV) por uso de caixa 2 nas eleições de 2014. Decretada a suplementar, o interino lançou-se candidato em um palanque de peso, com direito a presença do ex-governador Siqueira Campos (DEM), de quatro deputados federais e 10 estaduais.
Campanha e Polícia Federal
O mote da campanha de Carlesse foi a “estabilidade”. Para o interino e agora governador eleito, permanecer à frente do Palácio Araguaia seria a solução para garantir a “segurança jurídica” do Tocantins. O discurso lhe garantiu a primeira posição no primeiro turno da suplementar com 30,31% dos votos válidos. Além de Vicentinho Alves, o humanista derrotou Carlos Amastha (PSB), Kátia Abreu (PDT), Márlon Reis (Rede), Mário Lúcio Avelar (Psol) e Marcos Souza (PRTB).
Carlesse manteve a estratégia e o discurso para o segundo turno, mas enfrentou uma campanha agressiva de Vicentinho Alves. O senador foi responsável por uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que resultou em operação da Polícia Federal. A corporação visitou o Palácio Araguaia e órgãos estaduais por duas vezes para averiguar possível uso da máquina pública para beneficiar o gestor humanista.
Entretanto, as intensas investidas de Vicentinho Alves, a Operação da Política Federal e a repercussão negativa por não ter comparecido a nenhum debate tiraram a vitória de Mauro Carlesse.
– Matéria atualizada às 14h13.