Dos 1.118.884 eleitores regulares no Tocantins no ano passado, 200.621 têm filiação partidária, 17,9% do total. Desses últimos, 90.283 são mulheres — 45% dos filiados a partidos políticos. Houve um crescimento feminino com filiação partidária em relação às eleições estaduais de 2018, aponta o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO), ano em que elas somavam 84.010 mulheres. Assim, em 2023, o aumento em cinco anos foi de 7,5%, ou 6.273 em números absolutos.
MULHERES SÃO MAIORIA DOS ELEITORES
Mesmo com o crescimento, esse número de filiadas a partidos não reflete a realidade do eleitorado tocantinense, composto em sua maioria por mulheres. Elas representam 50,8% (total de 568.318) contra 49,2% de homens (550.566).
BAIXO NÚMERO DE CANDIDATURAS FEMININAS
Considerando a busca por cargos eletivos, a disparidade de gênero é ainda mais desproporcional à realidade da população votante do Tocantins. O número de candidaturas femininas nas eleições municipais de 2020 foi de 3.004 num universo total de 8.683. Ou seja, o número de mulheres que tentaram cargo eletivo foi de apenas 34,6%.
ELEIÇÕES 2022
Nas eleições estaduais de 2022, o Tocantins teve 531 candidaturas, das quais apenas 185 eram femininas, ou tão somente 34,8%. Foram eleitas apenas quatro mulheres: três deputadas estaduais (Janad Valcari, PL; Vanda Monteiro, UB; e Cláudia Lelis, PV); e a senadora Dorinha Seabra Rezende (UB). Na legislatura anterior (2019-2022), a Assembleia tinha cinco representantes femininas. Inclusive, a bancada do Estado na Câmara Federal ficou sem nenhuma deputada, o que não ocorria havia 24 anos, desde as eleições de 1998.
CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA
O presidente do TRE-TO, desembargador João Rigo Guimarães, avaliou que a maior participação feminina na vida política “é muito importante para a consolidação da democracia em nosso Estado”. “A Justiça Eleitoral do Tocantins desenvolve ao longo dos anos ações e campanhas que conscientizem as mulheres do poder do voto e da importância da representação feminina nos espaços políticos. Ainda tem muito que precisa ser melhorado, mas percebemos em cada eleição mudanças significativas e de mulheres mais atuantes”, ressaltou o desembargador. (Com informações da Ascom do TRE-TO)