O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) foi à Tribuna nesta quarta-feira, 26, e, para um Plenário quase completamente vazio, fez um duro discurso contra a própria atuação da Assembleia. Na avaliação do democrata, a Casa de Leis “perdeu o gosto pelo debate parlamentar”. Na ocasião, o político ainda fez um anúncio de “não candidatura” à presidência do Legislativo.
Ao falar do processo sucessório, Eduardo Siqueira fez uma “reflexão” e defendeu que a Casa de Leis “precisa de um projeto, não só de um nome”. O deputado lamentou o fato de suas principais propostas – a revisão do Regimento Interno e atualização da Constituição do Tocantins – não terem ido para frente. “A palavra é defasagem. Isto é instabilidade jurídica”, resumiu o democrata ao falar das incongruências entre as legislação estadual e a federal.
Eduardo Siqueira Campos continuou e disse que não é candidato “nem para ficar na Mesa Diretora”. Na avaliação dele, uma possível postulação sua estaria “enterrada” com estas propostas de mudança, citando como exemplo sessões durante toda a semana. “Estou disposto a dar meu voto ao homem que carregar estes nossos anseios”, completou ainda.
Por fim, o democrata voltou a discorrer sobre a baixa participação dos colegas nas discussões. “Esta Casa perdeu o gosto pelo debate parlamentar”, decretou, isto antes de já elogiar a atuação de um dos colegas que deixará a Assembleia na próxima legislatura. “Eu fico com saudade já dos meus embates com Paulo Mourão (PT), de ver alguém que tem disposição de vir à Tribuna e defender o que acredita”, disse.
Como exemplo desta falta de discussão foi citada a aprovação do pacote de reajustes de taxas e alíquotas proposto pelo então governador Marcelo Miranda (MDB), de quem era opositor. “Eu teria perdido satisfeito se nós tivéssemos discutido e debatido não em 24 horas, mas três dias, quatro dias, uma semana”, revelou.
Eduardo Siqueira disparou contra colegas que colocam o nome no painel e vão despachar no gabinete e fazer atendimentos. “Talvez tenha alguma forma de exercer mandato que eu desconheça. Não aparecer na Casa dá as maiores votações”, anotou. Apesar da manifestação, o deputado fez uma autocrítica. “Não tomem isto como crítica a qualquer pessoa. Coloco em mim todas as responsabilidades por não ter conseguido mudar nada. Confesso aqui a minha incompetência”, encerrou