Estimados leitores e leitoras! Tudo Bem com vocês? Perceberam que foi aniversário de Palmas no dia 20 deste mês? Parece que não dão mais importância pela conquista e construção desta maravilhosa cidade, que nos acolheu de braços abertos. Pouca ou nenhuma importância foi dada ao seu aniversário. E a greve dos caminhoneiros? Sentiram seus efeitos? Filas enormes para abastecer os carros, supermercados com estoques reduzidos, parte da produção do campo desperdiçada e os políticos em Brasília propondo diminuir poucos centavos no preço do óleo diesel. E os preços da gasolina e do álcool? Pela lógica, nenhum político quer baixar o percentual dos impostos que formam o preço dos combustíveis, pelo simples fato de que os cofres dos governos se empanturram de dinheiro por causa dos impostos abusivos. A Petrobrás não deixa apenas de lucrar com a queda de 10% no preço de diesel, na realidade perdeu bilhões no seu valor de mercado, com a queda do preço de suas ações.
Mas, vamos falar de eleição suplementar.
Eu acho que a cada dia que passa eu fico mais “burro”. Estou acompanhando a propaganda eleitoral dos candidatos ou prováveis candidatos à eleição suplementar que se avizinha. Não sei vocês, mas tenho observado que os candidatos estão fazendo campanha como se fossem ser eleitos para um período de quatro anos. Estão prometendo resolver todos os problemas do Tocantins em um prazo de 6 meses.
[bs-quote quote=”Os discursos inflamados dizendo que o Tocantins vai ser outro após a eleição complementar são mentirosos. Não tem como isto acontecer. Basta uma análise superficial para saber quais os projetos estão em execução, quais os que têm recursos garantidos para serem realizados até o final do ano e quais estão paralisados. É simples. Ninguém precisa ser enganado” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
Acontece, que eles estão esquecendo que a eleição suplementar é para eleger um governador e seu vice para governar, teoricamente, até 31 de dezembro de 2018. A eleição para eleger o próximo governador, para o mandato de 4 anos, acontece em outubro.
Estão prometendo diminuir o valor da conta de energia, estão prometendo acabar com a bandidagem, estão prometendo mudar modelo de gestão da saúde e da educação, estão prometendo resolver todos os problemas do Tocantins até 31 de dezembro de 2018.
Como podem prometer tanta coisa, se não vai dar tempo de fazer. Existe um orçamento aprovado para este ano e o que não estiver previsto nele não tem como acontecer. Como diminuir os custos da folha de pagamento se a legislação não permite demitir, inclusive após a eleição.
Está presente o populismo no mais alto grau de irresponsabilidade, com o eleitor sendo levado a decidir seu voto baseado em falsas promessas. As proibições contidas na legislação eleitoral vão se estender até 31 de dezembro. Nenhum dos candidatos vai fazer nada. Não podem. O Estado está quebrado, os empréstimos que seriam feitos, foram proibidos pela justiça, as demissões tiveram que ser revistas, as dívidas não estão sendo pagas e o povo está sendo enganado na maior cara de pau. Imaginem vocês, substituir a energia convencional de todos os tocantinenses por energia solar, até o dia 31 de dezembro deste ano. Nem Deus. Acabar com a bandidagem até 31 de dezembro, sem combinar com o PCC e outras facções, não será possível. Resolver os problemas da saúde, educação e segurança do Estado até 31 de dezembro, é uma piada.
E o discurso ficha limpa? Tem candidato aí dizendo que é ficha limpa, mas nunca foi ordenador de despesa ou gestor público. Muitas denúncias são feitas junto aos órgãos de controle de forma maldosa e acabam por virarem inquéritos e ações na justiça. É assim a política e a gestão pública.
Nesta eleição complementar tem muita conversa fiada e pouca coisa de concreto. Quem entende um mínimo de administração pública sabe, perfeitamente, que a burocracia pública e as Leis, exigem tempo para a execução de qualquer novo programa ou projeto.
Os discursos inflamados dizendo que o Tocantins vai ser outro após a eleição complementar são mentirosos. Não tem como isto acontecer. Basta uma análise superficial para saber quais os projetos estão em execução, quais os que têm recursos garantidos para serem realizados até o final do ano e quais estão paralisados. É simples. Ninguém precisa ser enganado.
Resta saber, quais os fornecedores ficarão sem receber o que tem direito, pois os recursos financeiros são escassos. Se for ser realizado algum projeto que não está previsto no orçamento ou que esteja mas que não tenha recursos financeiros garantidos, com certeza fornecedores que já prestaram serviços, deixarão de receber para que o novo projeto seja realizado.
Então, quem quiser acreditar no populismo irresponsável, vai estar contribuindo para o atraso no desenvolvimento e no crescimento do Estado do Tocantins.
Este é o Tocantins, com l.500.000 habitantes, onde a maioria desses habitantes são pobres ou miseráveis e continuarão a ser por muito tempo. Novas gerações serão contaminadas pelo populismo e pela irresponsabilidade política.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br