O secretário extraordinário de Ações Estratégicas do governo do Tocantins, Saboinha Júnior (Republicanos), é o entrevistado da série da Coluna do CT com os pré-candidatos a prefeito. Pela segunda vez na disputa pela Prefeitura de Guaraí, o também ex-vereador e ex-presidente da Câmara da cidade avaliou que pode ser beneficiado pela divisão de forças, já que em 2020 enfrentou, além do Palácio Araguaia – então sob o comando de Mauro Carlesse –, a prefeita Fátima Coelho (UB) e a hoje ex-prefeita Lires Ferneda (Podemos), na época gestora do município. Agora rompidas, neste ano ambas colocaram suas pré-candidaturas. “Vejo, sim, um cenário muito favorável [em 2024], ainda mais comparado ao de 2020, quando eu enfrentei todos juntos”, disse Saboinha.
CIDADE INDEPENDENTE
O pré-candidato defendeu que Guaraí “precisa se tornar uma cidade independente para que possa avançar seguir com as próprias pernas”. “Nós estamos, por exemplo, muito atrás de Colinas, de Paraíso e Porto Nacional, cidades que aproveitaram das suas tendências, como o agronegócio, e deram um salto. A gente observa que em Guaraí você não vê por parte do poder público nenhum tipo de interesse em fomentar a economia local, em fazer com que a cidade tenha renda digna, que as injustiças sociais diminuam e que o servidor público seja valorizado”, apontou.
MUITO POBRE ECONOMICAMENTE
Ele disse que vê Guaraí hoje, apesar do potencial, “muito pobre economicamente” “Nós não temos uma política econômica efetiva, não exploramos o nosso potencial logístico. Guaraí, nos últimos quatro anos, não entregou uma casa popular, não tem um programa habitacional em uma cidade tão importante quanto a nossa”, lamentou, citando ainda a falta de incentivos fiscais aos empresários do município.
INADIMISSÍVEL
Saboinha ainda afirmou que a saúde de Guaraí só conta com as unidades básicas de saúde e o Hospital Regional, as únicas estruturas de atendimento disponíveis para a população. Segundo o pré-candidato, as crianças com necessidades especiais, como os autistas, têm que buscar atendimento em Colinas. “Isso é inadmissível para uma cidade polo como a nossa. Não ter um CAPS [Centros de Atenção Psicossocial], não ter uma estrutura de saúde que atenda os guaraienses. E somos a maior cidade da região no entorno de mais de 20 municípios”, destacou. “Então, isso mostra o quanto nós estamos atrás, o quanto nós precisamos avançar.”
DUAS PRÉ-CANDIDATURAS PALACIANAS
Sobre a possibilidade de apoio de Wanderlei, Saboinha disse que entende o fato de que o governador tem na cidade a prefeita Fátima Coelho, que também trabalhou por sua eleição em 2022. “Eu acredito que essa situação acontece em muitos municípios do Tocantins, porque os grupos locais não têm convergência, mas tiveram convergência no sentido de apoiar o governador Wanderlei, que tem sido muito sábio nessa condução”, avaliou.
NÃO É O FIM DO MUNDO
Ele disse acreditar que o governador deve se manter neutro na disputa de Guaraí, mas dando-lhe liberdade para construir seu projeto. “Eu respeito. Não vejo como o fim do mundo duas candidaturas da base palaciana, até porque acontece em quase todos os municípios do Estado. Acho que até é uma vantagem, porque a chance do Palácio ganhar a eleição aumenta”, afirmou.
RESPEITO DO GOVERNADOR
Saboinha lembrou que o que “precisa é trabalhar” porque “quem vai decidir a eleição são os guaraienses”. “E não é segredo para ninguém que a gente tem o respeito do governador, senão eu não estaria fazendo parte do primeiro escalão do governo”, ressaltou.
Assista a íntegra da entrevista em que Saboinha fala também sobre sua trajetória e apoios de líderes estaduais à sua pré-campanha: