O deputado estadual Júnior Geo (PSC) insistiu nesta terça-feira, 21, na proposta de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar eventuais irregularidades na administração do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev). O pedido de investigação ocorre em meio à discussão da reforma da Previdência, que já mobiliza governo, Poderes e sindicatos. “Desde 2005 há um mau uso, má gestão, desvios e aplicações irregulares no Igeprev. Valores atualizados já apontam mais de R$ 6 bilhões desviados. Nós temos mais de 30 fundos que estavam à beira da falência e foram utilizados para aplicações que, atualizadas, chegam a R$ 2 bilhões”, listou em discurso na tribuna da Assembleia.
EM BUSCA DE ASSINATURAS
Após a fala, Júnior Geo entregou o documento aos demais deputados que estavam presentes para que eles tomassem ciência sobre a solicitação. Para que a CPI possa ser formalizada, é necessário oito assinaturas. “Até quando nós vamos deixar fazer o que fazem dentro da Previdência dos servidores do Estado em que ninguém é punido? Vem reforma, vai reforma e quem paga a conta é só o servidor. É exatamente por isso que eu insisto na necessidade da CPI e preciso de oito assinaturas para darmos início a Comissão Parlamentar”, disse.
ANTES DA REFORMA
Em entrevista ao programa CT Entrevista, no dia 16 de fevereiro, Geo defendeu que só após esta CPI o Estado promova a reforma da Previdência que já sendo discutida. Conforme o parlamentar defendeu ao CT Entrevista, é “muito mais interessante” promover essa CPI, iniciar e findar os trabalhos no primeiro semestre, e depois, somente, promover a reforma da Previdência. “Assim, será de forma muito mais transparente, até para o servidor público saber sobre a saúde financeira do Igeprev e entender melhor se cabe ou se não cabe a proposta que está sendo feita pelo governo”, argumentou.
NÃO “PEGA” WANDERLEI
Sobre a reação do governo diante de sua proposta da comissão, Geo disse na entrevista que a ideia é apurar a realidade financeira do Estado e que não acredita que vai “pegar” a gestão Wanderlei Barbosa (Republicanos). “O problema é muito anterior à gestão [de Wanderlei]”, ressaltou.
EXEMPLO DA CPI DO PREVIPALMAS
O parlamentar lembrou da CPI do Igeprev realizada em 2014, mas destacou que não foi finalizada. Sobre a importância de uma CPI, Geo apontou a do PreviPalmas, presidida por ele quando vereador da Capital. “Pessoas foram indiciadas, parou de ocorrer aquele rombo com as aplicações irregulares e houve também a possibilidade de recuperação de todo o dinheiro”, elencou.
POUCAS CHANCES
O Em Off já apontou que uma nova CPI do Igeprev não deve avançar. O empecilho seria justamente o debate referente à Reforma da Previdência. Uma comissão atrasaria a aprovação, o que o governo não quer.
Assista a seguir a íntegra da entrevista do deputado Júnior Geo: