Em meio aos debates sobre a militarização da rede estadual de ensino na Assembleia Legislativa, o governador Mauro Carlesse (DEM) lança nesta segunda-feira, 9, mais um Colégio Militar, desta vez em Palmeirópolis. A solenidade está marcada para as 18 horas. Com a implantação, a Escola Estadual Professora Maria Guedes passa a ser a 12ª unidade do Estado deste tipo. Para justificar medida, governo estadual afirma que a educação militar é uma demanda das comunidades locais.
Sistema educacional militar
Ao todo, o Tocantins já conta com outras 11 unidades de colégios militares, em Palmas (unidades I e II), Araguaína (unidade III), Arraias (unidade IV), Paraíso (unidade V), Araguatins (unidade VI), Gurupi (unidade VII), Guaraí (unidade VIII), Porto Nacional (unidade IX), Colinas (unidade X) e Augustinópolis (unidade XI). Mais de 8 mil estudantes estão matriculados nestas escolas, que aliam ao ensino regular à hierarquia, disciplina, civismo e patriotismo, peculiares da formação militar.
Atendimento plural
Titular da Secretaria da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), Adriana Aguiar destacou a oferta de diferente tipos de ensino. “A ampliação de oportunidades para os jovens tem sido um grande foco deste governo. Temos buscado oferecer um atendimento de qualidade e plural, e os Colégios Militares, assim como modalidades de ensino médio integral, têm sido de grande importância para o fortalecimento da rede estadual de ensino”, comentou.
Parceria exitosa
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Jaizon Veras Barbosa, comemorou a parceria entre a Seduc e a PM, alegando que ela “tem sido exitosa em diversos municípios do Estado”. “Fazendo com que a qualidade do ensino tocantinense, aliado à hierarquia e disciplina militar, continue a alavancar a educação tocantinense a patamares de excelência”, anota.
Militarização da rede de ensino
A Assembleia Legislativa debate a militarização da educação tocantinense. O deputado estadual Amélio Cayres (SD) é autor de um requerimento ao governo estadual que propõe a mudança, de convencional para militar, do sistema de ensino estadual no Tocantins. A pauta ainda voltou a ser discuta pela Casa de Leis na quarta-feira, 4, após Amália Santana (PT) solicitar do Executivo o aproveitamento de policiais da reserva nas escolas militares.
Mudança inviável
Elenil da Penha (MDB) foi quem defendeu ser “inviável” a mudança do sistema em todas as escolas, argumentando que o Tocantins já conta com escolas de qualidade e professores capacitados. “Não podemos substituir professores por militares”. Apesar de concordar, Vanda Monteiro (PSL) fez um contraponto para defender que o sistema militar “impõe uma disciplina mais rígida, que tem agradado a população”.
Escolas pontuais
Já Léo Barbosa (SD) propôs uma adequação de escolas pontuais em comunidades onde o índice de violência é maior. “Apesar da aceitação popular ao método militar, o governo precisa oferecer alternativas. Nem todo aluno gosta ou se adapta ao sistema militar. Acredito que o ideal seria fazer somente as adaptações necessárias em algumas escolas já existentes”, anotou. Júnior Geo (Pros) também se manifestou contra e defende que, se os pais assumissem seu papel na formação dos filhos, a demanda pela militarização não seria tão grande.