O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, vem a Palmas nesta quarta-feira, 18, para participar do ato de desagravo a Walter Ohofugi, que preside a seccional tocantinense da entidade. A medida deve-se a ataques feitos pelo ex-prefeito Carlos Amastha (PSB) em fevereiro deste ano, no Twitter, durante o debate sobre o aumento do IPTU da Capital. O evento acontece em meio à polêmica gerada pela filiação de Ohofugi ao Partido Social Democrático (PSD).
Além de Claudio Lamachia, presidentes de seccionais de outros estados estarão presentes no ato, que acontece às 14 horas, em frente à sede da OAB do Tocantins. As manifestações de Amastha a Walter Ohofugi foram considerados uma agressão a toda a advocacia pelo Conselho Federal da Ordem, que aprovou no dia 27 de fevereiro o desagravo.
Por meio da assessoria da Ordem, Walter Ohofugi agradeceu a solidariedade da advocacia dpelo respaldo e lamentou que o episódio fosse levado ao Conselho Federal. “Só tenho a lamentar que um homem público, o qual a população de Palmas confiou dois mandatos, se porte desse jeito, com xingamentos e falta de educação. A OAB agiu em defesa da sociedade e da advocacia e sempre será assim na nossa gestão”, ressaltou Ohofugi.
Filiação
A recente filiação de Ohofugi ao PSD fez com que o grupo do ex-prefeito Carlos Amastha ligasse o fato com o ato de desagravo que a OAB nacional fará em Palmas pelos ataques que o pessebista fez ao advogado durante as discussões sobre o IPTU.
O grupo de Amastha viu na opção partidária de Ohofugi um motivo para desqualificar o ato contra o ex-prefeito. Nas redes sociais começam a rodar o comentário de que o desagravo desta quarta será uma espécie de lançamento de uma suposta pré-candidatura de Ohofugi a deputado federal.
Ao Blog CT, entretanto, o presidente da OAB-TO disse que a filiação ocorreu após pressão de amigos e empresários, mas daí a se candidatar, assegurou, há uma grande distância.
Entenda
No dia 19 de fevereiro, a OAB Tocantins apresentou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para barrar o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) na Capital e anunciou que tinha o apoio de outras 20 entidades. Posteriormente, a Federação das Indústrias do Estado (Fieto), Associação dos Jovens Empresários e Empreendedores do Tocantins (Ajee-TO); Associação Educacional do Tocantins (Aeto) e a Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Tocantins (Adat) afirmaram que não assinaram a ação. Com isso, Carlos Amastha partiu para o ataque.
No Twitter, o então prefeito de Palmas disparou contra o presidente da Ordem no Tocantins, chamando-o de “mentiroso” e “oportunista”. “Defenda o povo. Não use a OAB para defender seus clientes”, acrescentou. “Usar o nome das entidades sem um documento autorizando, nunca vi na vida. Jamais contrataria um desses diretores como advogado. Usando uma instituição gloriosa para defender seus clientes. Olhem para o Brasil e o nosso povo”, disse em outra publicação.
Na época, também no Twitter, Ohofugi limitou-se a dizer que não responderia os ataques do ex-prefeito. “Existem as vias adequadas. Serenidade e equilíbrio sempre”, concluiu. Posteriormente, a ADI da OAB foi acatada e o reajuste do IPTU proposto por Carlos Amastha foi suspenso.
O episódio motivou o ato de desagravo a Walter Ohofugi. O relator da matéria foi o conselheiro Siqueira Castro, do Rio de Janeiro. Na sessão, o carioca chegou a comparar Carlos Amastha ao presidente do Estados Unidos, Donald Trump. “Não entendo como essas pessoas se encantam em administrar a coisa pública pelo Twitter”, disse o advogado, citando o norte-americano e o palmense.