Insatisfação crescente
É grande e crescente a insatisfação com a decisão do presidente regional do MDB, ex-governador Marcelo Miranda, de levar o partido para a campanha do pré-candidato a governador do PL, Ronaldo Dimas. Além do descontentamento ter ficado claro na reunião de quarta-feira, 20, como a coluna relatou, agora outros dois importantes líderes da sigla se manifestaram: um mais históricos emedebistas tocantinenses, Derval de Paiva, e o ex-prefeito de Palmas Raul Filho.
Autocrática e monocrática
Para Derval, a decisão foi “autocrática e monocrática”. “Consulta-se dois ou três e não o restante dos autênticos, dos históricos, que confrontam na política desde o tempo da UT [a União do Tocantins, do ex-governador Siqueira Campos]. Agora as manobras são todas mais ou menos voltadas para esse processo: ‘Vamos ver se a gente encaixa todo mundo na UT’. Isso não dá certo”, avisou o líder emedebista. “Nada de pessoal contra ninguém, mas o processo eu não sei se está mal conduzido ou mal cozido.”
Aborrecimentos cada vez mais ácidos
Derval, assim, admitiu que os aborrecimentos existem nesta definição do MDB “e estão ficando cada vez mais ácidos”. “É preciso muito caldo de galinha e prudência”, recomendou.
Decisão de meia dúzia
Raul Filho contou não ter sido convidado para participar da decisão. “Não concordo com o método. Decisão de meia dúzia. Isso leva mais uma vez o partido ao esfacelamento”, alertou em troca de mensagens com a coluna pelo WhatsApp.
3ª eleição fora da majoritária
O ex-prefeito lembrou que será a terceira eleição que o MDB não concorrerá nas eleições majoritárias no Tocantins — em 2018, o partido ficou de fora das duas de governador, a suplementar e a ordinária. “O partido é grande, era preciso pensar pelo menos do seu tamanho”, defendeu.
Marcelo, um dos pouquíssimos líderes
Segundo Raul, Marcelo “precisa se encontrar com ele mesmo, e voltar a acreditar que é ‘ainda’ um dos pouquíssimos líderes políticos que o Estado tem”. “E que dirige um partido ainda maior do que ele. Mas precisa ouvir mais e se assessorar melhor ao tomar decisões tão importantes. O verdadeiro líder tem a missão de liderar”, ensinou.
Todos convidados e convocados
O ex-governador Marcelo Miranda disse à coluna que tem todo o respeito por Derval e Raul, mas garantiu que não tomou nenhuma decisão “autocrática e monocrática”. “Todos foram convocados e convidados para a reunião”, afirmou. Ele disse ter falado com Derval três vezes e com Raul outras duas esta semana, mas que não puderam participar da reunião por estarem viajando.
Querem outro candidato?
Marcelo afirmou que o apoio a Dimas e a indicação do ex-deputado Freire Júnior como vice da chapa foram colocados em votação e aprovados pela maioria da executiva estadual, com 11 dos 13 votantes presentes. “Então, não vejo nada errado? O que eles querem? Apoiar outro candidato? Não sei”, questionou o ex-governador e presidente regional do MDB.
Deputados não gostaram
Deputados estaduais afirmam à coluna terem ficados irritados com o discurso do pré-candidato Ronaldo Dimas, em Gurupi, no lançamento da pré-candidatura do ex-vereador Kita Maciel (Podemos) a deputado federal, na noite de terça-feira, 19. É que, ao imputar responsabilidade também ao governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) pelos supostos crimes apontados na gestão Mauro Carlesse (Agir), Dimas disparou contra o Legislativo: “O que tem movido infelizmente a Assembleia Legislativa deste Estado são situações não republicanas e, também, do mesmo jeito o Palácio”, afirmou ele. Assista:
Gomes empolgado e dedicado a Dimas
Cerca de dez prefeitos participaram do jantar na residência do senador Eduardo Gomes (PL), na noite dessa quinta-feira, 21. O parlamentar, que continuará recebendo e conversando com grupos de prefeitos nos próximos dias, conforme relato de convivas, apresentou o projeto de Dimas para o Estado e se mostrou muito empolgado e dedicado à campanha do pré-candidato do PL.
Licenciado, Gomes continua líder
Líder do governo Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional, Gomes permanecerá na função mesmo licenciado. Ele só será substituído se houver decisão do presidente Bolsonaro, por meio de ofício ao Senado. Nesse período, os vice-líderes respondem pela função. Fazem parte da lista, entre outros parlamentares, os senadores Jorginho Mello (PL-SC), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Soraya Thronicke (União-MS).
Prefeitos estão turbinados
Por falar em prefeitos, eles têm defendidos que serão decisivos nas eleições deste ano, sobretudo os dos pequenos municípios. E explicam: os gestores hoje estão numa situação muito diferente de anos atrás. Turbinados por uma enxurrada de emendas e muitos outros recursos do Orçamento da União que têm chegado, a maioria deles tem aprovação superior a 70% em seus municípios.
Grandes x pequenas
Por que acreditam que os menores farão ainda mais diferença? Porque nos municípios maiores, defendem, os votos são mais divididos e nos pequenos mais concentrados nas mãos dos prefeitos. Assim, asseguram eles, os gestores municipais de pequenas cidades decidirão as eleições de 2022.
Alta taxa de reeleição
De quebra, como consequência do bom momento que vivem os governos municipais, os prefeitos acreditam que a taxa de reeleição de 2024 será a maior da história.
Só Dorinha, sem governador
O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (UB) está totalmente integrado à campanha da pré-candidata ao Senado de seu partido, Dorinha Seabra Rezende, inclusive, com forte atuação nos bastidores, mas não vai apoiar nenhum dos pré-candidatos a governador colocados.