O evento para debater a presença da mulher na política realizado pelo Partido Liberal nesta sexta-feira, 22, trouxe para Palmas a deputada federal Joice Hasselmann (PSL), que virou um dos desafetos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em uma briga interna do PSL, mas que ao mesmo tempo a alçou como um dos principais nomes da legenda, inclusive sendo citada como pré-candidata ao Palácio do Planalto em 2022.
Não é entrar para cobrir uma cota
Também estiveram presentes na programação as deputadas federais Flávia Arruda (PL-DF), Shéridan Oliveira (PSDB-RR), Soraya Santos (PL-RJ), Magda Mofatto (PL-GO). “Os partidos são diferentes, mas o objetivo é o mesmo: incentivar a candidatura das mulheres. Não é simplesmente que entrem na política para cobrir um número, uma cota, isto ou aquilo, mas colocar no coração da mulher o desejo de fazer a diferença. Mulher pode fazer política muito bem e ainda em cima do salto alto”, disse Hasselmann sobre o evento.
Devagar com a andor que o santo é de barro
Ao falar da necessidade de candidaturas de mulheres, Joice Hasselmann aproveitou para deixar clara a pretensão de assumir a administração da capital paulista, afastando qualquer possibilidade de disputar a Presidência da República. “Devagar com a andor que o santo é de barro. Tem um grupo do PSL que começou a falar em presidência da República e, naturalmente, citaram meu nome. Mas eu sou candidata a prefeita de São Paulo. A gente tem que ir um passo de cada vez, senão vira tudo uma bagunça e não sai nada”, defendeu.
Descontente com os rumos do governo
Mesmo sem citar diretamente Jair Bolsonaro, Joice Hasselmann aproveitou a especulação de uma candidatura sua à presidência para criticar o Palácio do Planalto.
“Por óbvio, é preciso consertar muita coisa que está acontecendo no Brasil. Eu, particularmente, estou descontente com alguns rumos que o governo tem tomado. Então tenho me posicionado a favor das pautas que prometemos na eleição, mas não vou apoiar pautas que fogem da legalidade e da moralidade”, complementou.
Pressão de jornalistas
As deputadas federais que receberam à imprensa ainda foram pressionadas para comentar o posicionamento sobre a Medida Provisória que extingue necessidade de registro profissional de jornalista para exercer a profissão. Todos se disseram contrários. “Sou absolutamente contra qualquer tipo de censura ou de atividade que precariza a profissão de jornalista. Vai cair”, prevê Hasselmann. “Não temos porquê de ter retrocesso. Sou a favor das carreiras, do conteúdo e da qualificação. Eu vou votar contra”, acrescentou Soraya Santos, que é 1ª secretária da Câmara e presidente nacional do PL Mulher. O deputado federal Vicentinho Júnior (PL) fez coro às colegas.
Correto repasse do FECF
Sobre pautas em comum, Soraya Santos citou a cobrança do efetivo cumprimento de recente entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que trata da obrigação de aplicar no mínimo 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV para candidaturas de mulheres. “O que a gente tem mostrado é que mulher gosta de política sim, só não quer ser trampolim de candidaturas masculinas”, destacou a 1ª secretária da Câmara, que foi uma das autoras da consulta ao TSE que resultou nesta determinação.
De volta
O evento também contou com a presença de Nilmar Ruiz. A ex-prefeita de Palmas volta ao Partido Liberal – antigo PR, do qual foi filiada – para coordenar o setor mulher do partido. Sobre cargos eletivos, desconversou. “No momento o meu foco é na organização do movimento feminino aqui [no Estado]. O que nós queremos é que muitas mulheres possam estar colocando seu nome para um cargo eletivo. A questão do projeto pessoal estou deixando mais para frente”, disse à Coluna do CT, sem esconder que a Capital do Tocantins “tem um cantinho especial no coração”.