O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração do cargo na manhã desta sexta-feira, 15, em plena ascensão da pandemia do novo coronavírus no Brasil. No comunicado, a pasta não esclarece o motivo da saída, mas informa que uma coletiva de imprensa será marcada para esta tarde. Teich assumiu o cargo há um mês, após a saída do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, em 16 de abril. Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro divergiam sobre os caminhos para o combate à pandemia do novo coronavírus no país, como as medidas de isolamento social e o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes.
Ministro minimizado
Teich teve seu poder como ministro minimizado pelo presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, o que se dizia é que o ex-ministro estava sendo tutelado por militares colocados no Ministério por Bolsonaro.
Uso da cloroquina
A gota d’água, no entanto, foi a divergência sobre o uso da cloroquina no combate ao coronavírus. Teich vinha sendo pressionado nesta semana por Bolsonaro para ampliar o uso remédio para pacientes com quadros leves da Covid-19, apesar da falta de evidências científicas do medicamento no tratamento do novo coronavírus.
Só com comprovação científica
Nesta sexta, 15, Conforme o jornal Folha de S.Paulo, Teich avisou Bolsonaro que não poderia mudar o protocolo sem comprovação científica sobre a eficácia da cloroquina no início do tratamento. (Com informações da Agência Brasil)
Confira reações à saída de Teich:
Oremos. Força SUS. Ciência. Paciência. Fé! #FicaEmCasa
— Henrique Mandetta (@mandetta) May 15, 2020
Estamos em meio a uma terrível pandemia que já ceifou milhares de vidas. E o governo de @jairbolsonaro brinca de fazer rodízio no Ministério da Saúde. https://t.co/2Om56uc79j
— Humberto Costa (@senadorhumberto) May 15, 2020
A confusão que Bolsonaro cria é única no planeta. Espero que as instituições julguem o quanto antes a produção de tantos desastres, entre os quais a demissão de DOIS ministros da Saúde em meio a uma gigantesca crise sanitária. O Brasil merece uma gestão séria e competente.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) May 15, 2020
Mais um ministro da Saúde, que acredita na ciência, deixa o governo Bolsonaro. No momento em que a curva de mortes pelo coronavírus acelera, o Brasil perde com a saída de Nelson Teich. O barco está à deriva.
Que Deus proteja o Brasil e os brasileiros. 🙏— João Doria (@jdoriajr) May 15, 2020
Com a saída do ministro Nelson Teich, a população brasileira entra numa situação de grande desamparo e incertezas, que só agrava o cenário de falta de coordenação e medidas efetivas de enfrentamento da pandemia.
— Marina Silva (@MarinaSilva) May 15, 2020
Teich sair logo foi a melhor saída. Profissional respeitável como médico e gestor, mas não aceitou mudar o protocolo do tratamento do covid 19. O Or @jairbolsonaro exige a mudança pq está focado em salvar vidas. Os doentes q dependem do SUS estavam prejudicados c/ esse protocolo.
— Bia Kicis (@Biakicis) May 15, 2020
Lealdade é louvável, mas, subserviência é covardia. Parabéns Nelson Teich. Que venha o próximo! pic.twitter.com/00xFdG8Bgj
— Major Olimpio (@majorolimpio) May 15, 2020
https://twitter.com/CarlaZambelli38/status/1261326872358588417
Diante do pedido de demissão de Nelson Teich do @minsaude, destacamos o quão fundamental é, no momento que o Brasil entra na fase mais aguda da pandemia, que o presidente e todas outras autoridades adotem medidas baseadas em evidências científicas, com objetivo de proteger vidas. pic.twitter.com/l6jB7ToUoR
— Anistia Internacional Brasil (@anistiabrasil) May 15, 2020
Minha solidariedade, ministro @TeichNelson. Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente.
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) May 15, 2020