Relator do texto que instituiu a eleição por lista tríplice da reitoria da Universidade de Gurupi (Unirg), o vereador Ivanilson Marinho (PL) enviou longa nota à Coluna do CT nesta sexta-feira, 26, para rebater as falas do professor Sávio Barbalho, ex-presidente da fundação da instituição, ao Em Off. Na entrevista concedida, o docente apontou que a alteração aconteceu “às escondidas”, responsabiliza a prefeita Josi Nunes (UB), cita “olho gordo” na arrecadação da Unirg e ainda vê a medida como resultado de uma mágoa do Poder Legislativo pelo endurecimento da revalidação dos diplomas estrangeiros do curso de Medicina.
PROPOSTA RESULTADO DE DISCUSSÕES OCORRIDAS DURANTE TODO O ANO
Ivanilson Marinho foi duro na resposta e chegou a provocar o ex-presidente. “Em Gurupi, [Sávio] só coleciona derrotas”, escreveu. O vereador negou que o debate sobre a alteração da Lei Orgânica tenha sido repentina, mas sim resultado de discussões e levantamentos realizados durante todo o ano de 2023 até o protocolo da matéria em dezembro. Conforme o parlamentar, a própria reitora da Unirg, Sara Falcão, convidou a Câmara para o debate, o que incluía a fiscalização de colegas professores com dedicação exclusiva à instituição, e que por isso recebem 30% a mais.
MATÉRIA DOS 15 VEREADORES
O parlamentar também fez questão de afastar Josi Nunes de qualquer participação na alteração da Lei Orgânica, conforme sugerido por Sávio Barbalho. “Em nenhum momento [a prefeita] participou da elaboração da proposta, pois foi matéria apresentada pelos 15 vereadores, que, ao final, restou somente aprovada a escolha do reitor e vice-Reitor através de lista tríplice de docentes da casa com 5 anos de carreira e no mínimo titulação de mestre, que é matéria pacificada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal como constitucional”, emendou Ivanilson Marinho, destacando os critérios estabelecidos para se candidatar.
MINORIA QUE QUER MONOPOLIZAR POLÍTICA INSTITUCIONAL
Na avaliação de Ivanilson Marinho, as críticas de Sávio Barbalho abrangem “uma minoria” de professores que tem “intenção de monopolizar a política institucional e regalias”. “Nos últimos anos, colaboraram para o aumento do índice de gasto com pessoal obrigando o aumento das mensalidades, ocasionando por consequência, o esvaziamento dos cursos, tornando inacessível a UnirG para muitos gurupienses, eis aí um dos vários motivos da nossa revolta”, dispara. O vereador também questionou a baixa produção científica da instituição na gestão anterior, que teria sido questionada até pelo Conselho Estadual de Educação (CCE).
OLHO GORDO NÃO É DA PREFEITURA E NEM DOS VEREADORES
O parlamentar também rebateu a crítica de uma suposta intenção de controlar o orçamento da instituição, citando a própria mudança da revalidação dos diplomas, também questionada por Sávio Barbalho. “Quando fala em ‘olho gordo’, esqueceu de falar também que dos aproximadamente R$ 22 milhões arrecadados com o processo de revalidação, grande parte desse recurso foi utilizado para pagamento de direitos represados dos servidores e docentes, o que inclui do ex-presidente e seus colegas. Então, quem teve ‘olho gordo’ nos recursos não foi a prefeita, nem os vereadores”, rebateu.
REVALIDAÇÃO FOI CELEUMA CRIADA PELO EX-PRESIDENTE
Ivanilson Marinho também abordou a questão da revalidação dos diplomas, criticando a política adotada pela instituição. “Uma celeuma desnecessária criada por ele e pelo Conselho Superior, que levaram pessoas ao desespero, prejuízos e alguns ao suicídio. O que a Câmara interveio foi para seguir as regras do Ministério da Educação (MEC), concluir os processos com sentença, confirmando as decisões liminares, e que a exigência de trânsito em julgado apenas causou transtornos e prejuízos e não retirou de ninguém o direito ao apostilamento, todos concluídos desde outubro de 2023. O que justifica mais de 600 dias um único processo de revalidação? Quantos milhões deixaram de ser arrecadados nesses mais de 600 dias?”, provocou.
CÂMARA CUMPRIRÁ PAPEL LEGAL DOA A QUEM DOER
Por fim, Ivanilson Marinho reforçou a defesa da alteração da Lei Orgânica. “Esta Câmara tem total liberdade para tomar suas decisões, seja construindo com o Executivo ou independente dele. A UnirG um dia teve como foco os alunos, a comunidade acadêmica, os gurupienses, o desenvolvimento regional. Ela passou a fazer parte de um grupo muito interessado no modelo velho, sem discussão e sem a presença de democracia participativa no processo de escolha. A lista tríplice é somente um processo de escolha. Os eleitores são: docentes, discentes e comunidade acadêmica. […] A Câmara não tem medo, não recuará e continuará cumprindo com seu papel legal, constitucional e regimental na fiscalização do erário, doa a quem doer”, encerra.