Os vereadores Silvânio Ramos (UB), Euvaldo Machado (UB) e Hélio Ferreira (UB) provocaram na sexta-feira, 8, o Ministério Público (MPE), o Tribunal de Contas (TCE) e a Justiça Eleitoral (TRE) para que verifiquem possível ato lesivo praticado pelo prefeito em exercício de Tocantínia, João Alberto Coelho Machado (Podemos), no cargo desde 5 de janeiro após o titular, Manoel Silvino (SD), licenciar-se para tratar de problemas de saúde. Na avaliação dos parlamentares, ambos os agentes públicos promoveram uma “manobra política”.
LICENÇA DE SAÚDE FICTÍCIA
No documento apresentado aos órgãos de controle, os vereadores pontuam que Manoel Silvino, dias antes de se afastar, exonerou todos os comissionados da estrutura municipal para João Alberto se beneficiar politicamente ao readmiti-los. Além disso, o grupo questiona a licença do titular, já que o mesmo tem comparecido em reuniões e acompanhado o gestor em exercício em algumas agendas, conforme publicado nas próprias redes sociais do Paço. “Não há justificativas para o afastamento, tratando-se de licença de saúde totalmente fictícia”, alegam.
TOCANTÍNIA COM DOIS PREFEITOS
Os parlamentares consideram ilegal a situação. “Além de violar as disposições infraconstitucionais, a conduta tem o condão de interferir no pleito eleitoral que se aproxima, uma vez que, na prática, atualmente temos dois gestores à frente do Poder Executivo”, defendem. Aos órgãos de controle, o grupo cobra a adoção de medidas necessárias para coibir o ato lesivo e neutralizar condutas que possam macular as eleições.
QUERIA QUE ESTIVESSEM FALANDO A VERDADE
Em conversa com a Coluna do CT, Manoel Silvino minimizou a movimentação da oposição e disse estar “com a consciência tranquila”, chegando a ironizar o questionamento do grupo. “Onde se formaram em medicina?”, provocou. “Estou concluindo meu quarto mandato e graças a deus, em que pese todas as perseguições, não tem nada que desabone nossa conduta. Queria que eles estivessem falando a verdade, que eu não precisasse fazer hemodiálise três vezes por semana. Chega a ser desumano. São de pessoas que não têm nenhum tipo de amor”, lamentou.
NÃO ACHARAM NADA NA NOSSA GESTÃO
O prefeito licenciado também adotou um tom político para criticar a oposição. “Só porque participei de um evento. Se quis me sacrificar e fui lá, foi por amor à minha cidade. Se apegam a isto porque não acharam nada na nossa gestão. Não precisamos de manobras, de rasteiras – igual fizeram – para a gente se manter na política. A gente faz com trabalho, com respeito. Só querem tomar o poder. Não tem projeto”, rebateu.