O ex-assessor e amigo pessoal do presidente Michel Temer, José Yunes, foi preso pela Polícia Federal (PF) em São Paulo nesta quinta-feira, 29.
De acordo com o advogado de Yunes, José Luis de Oliveira Lima, a prisão é temporária, com prazo de cinco dias. A detenção foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo que analisa se Temer beneficiou empresas do setor portuário em troca de um suposto recebimento de propina.
“É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania”, disse o advogado de defesa do assessor, José Luis de Oliveira Lima.
No dia 30 de novembro de 2017, Yunes chegou a prestar depoimento à PF no inquérito dos portos. Na época, o assessor chegou a falar sobre uma operação de venda de imóvel para Temer. Na delação premiada do operador financeiro Lúcio Funaro, delator da Lava Jato, Yunes foi denunciado como um dos principais responsáveis por administrar as propinas supostamente recebidas pelo chefe de Estado brasileiro. Segundo Funaro, o amigo pessoal de Temer lavava dinheiro de propina investindo em sua empresa imobiliária. Yunes está afastado do cargo desde dezembro de 2016, quando pediu demissão para, segundo ele, “preservar a dignidade”.
Na operação desta quinta, a Polícia Federal também prendeu o sócio e presidente da empresa Rodrimar, Antônio Celso Grecco. As detenções fazem parte das investigações que apuram possíveis alterações no decreto sobre portos que poderia beneficiar a companhia.
O decreto permitiu que as concessões para exploração de portos assinadas depois de 1993 fossem prorrogadas sem licitação por mais 35 anos, até o limite de 70 anos.