O ex-prefeito padre Gleibson Moreira (PSDB) reagiu à entrevista do sucessor no Paço de Dianópolis, José Salomão (PT), ao quadro Conversa de Política, da Coluna do CT. Na ocasião, o petista afirma ter assumido o município com R$ 3,2 milhões em dívidas trabalhistas e anunciou que irá acionar os órgãos de controle. Em longa nota de resposta, o padre tucano garante “não proceder à informação”, acusando-o de “oportunismo”.
“Câncer” é resultado dos PCCS aprovados por Salomão
Na nota, padre Gleibson, que hoje é pároco de Paranã, afirma ser José Salomão o responsável pelo débito, devido às legislações aprovadas para beneficiar o funcionalismo em administrações anteriores do petista. “Se o prefeito observar pela lógica, deixando de lado o sentimento de ódio, entenderá que o ‘câncer’ de R$ 3,2 milhões de ações trabalhistas, citados na reportagem, são frutos do Plano de Cargos e Carreira e Salários [PCCS], idealizados em sua própria gestão”, pondera.
Gleibson Moreira teve que buscar o entendimento com as classes
O ex-prefeito critica a sanção do PCCS do magistério por José Salomão “com vícios” que obrigou o município a absorver direitos e garantias “sem qualquer previsão futura de impacto financeiro”. Gleibson Moreira também também condena os planos para o quadro geral e da saúde criados no mandato de Régis Melo (PSC). “Nossa gestão foi responsável por buscar entendimento com as classes de profissionais, como constam registradas as várias reuniões realizadas. Representantes dos sindicatos receberam diversos relatórios que demostravam claramente os vícios formais nos PCCS”, comenta.
Servidores reconhecem o trabalho
Gleibson Moreira exaltou o esforço feito para efetivar o pagamento de data base, cumprir em dia os salários, enquadrar professores de forma escalonada e quitar honorários de sentenças judiciais geradas na gestão de José Salomão. “Tenho convicção de que os servidores reconhecem o nosso trabalho”, acrescenta.
Acusações oportunistas
O padre tucana não deixou de criticar duramente o sucessor. “O discurso mais recorrente é o ressentimento diante das transformações históricas pelas quais Dianópolis passou. Penso que o senhor prefeito tenha se convencido, em decorrência dessa hostilidade e afirmação equivocada, e reconheça que está colhendo os frutos daquilo que plantou em suas gestões anteriores, quando governava sem organização e transparência, principalmente com os servidores. Repito: suas acusações soam como oportunistas”, disse Gleibson Moreira na nota, que classifica as falas de José Salomão como “fake news”.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“CARTA ABERTA AO POVO DIANOPOLINO
Sempre vi a política como agente de transformação da sociedade. E por isso, admiro a postura de quem faz a política de forma séria, transparente e limpa, buscando segurança e harmonia social. E por acreditar, sempre pautei minha vida nestes princípios. E é por isso que, hoje, não é exagero afirmar que nosso trabalho enquanto gestor público municipal, deu a Dianópolis novas oportunidades. Desde aquela vitória consagradora das eleições de 2016, o meu desejo sempre foi honrar o voto de cada cidadão dianapolino com trabalho, responsabilidade, transparência e zelo pelo bem público. E assim, fiz até o dia 31 de dezembro de 2020, não obstante as dificuldades enfrentadas, desde o impetchan da Presidente, queda do Governador a Pandemia, mas isso nunca me desanimou. Não vivi acomodado numa espécie de resignação provinciana, com a política feita em bancos de Praças ou “maquinando” às escondidas, eventos que envergonham o caráter com decisões tomadas em rodas restritas para “privilegiados”, como vem acontecendo em Dianópolis.
Nosso governo trouxe dignidade ao funcionalismo público, com redução dos apadrinhamentos; construção de obras que jamais serão esquecidas com infraestrutura e dignidade para quem vive na terra das Dianas; dentre tantas realidades destacadas em redes sociais e pela imprensa de todo o estado ao longo dos quatro anos de gestão.Ao tomar conhecimento da “matéria” veiculada no portal de notícias “Cleber Toledo”, onde o atual prefeito, José Salomão, afirma: “Padre Gleibson deixa uma “bomba” R$ 3,2 milhões em ações trabalhistas”. Afirmo a toda população que o entrevistado aproveito para de forma leviana me acusar de algo que não procede. A palavra mais correta para essa afirmação do atual prefeito, seria “OPORTUNISMO”.
Uma vez em que, se o prefeito observar pela lógica, deixando de lado seu sentimento de ÓDIO, entenderá que o “câncer” de R$ 3,2 milhões de ações trabalhistas, citados por ele na reportagem, são frutos do Plano de Cargos e Carreira e Salários (PCCR’S), IDEALIZADOS EM SUA PRÓPRIA GESTÃO, a exemplo do PCCR do magistério criado em 2009, com vícios que obrigou o município a absorver para folha de pagamento direitos e garantias de servidores no decorrer dos anos sem qualquer previsão futura de impacto financeiro.
Vale ressaltar que, em 2013 o ex-prefeito Reges Melo, criou o PCCR do Quadro Geral e da Saúde, além da ausência de aplicação dos enquadramentos, progressões e data base. Nossa gestão foi responsável por buscar entendimento com as classes de profissionais (professores e quadro geral). Como constam registradas as várias reuniões realizadas com tais classes.
Além disso, ressalto que os correligionários de partido representantes do Sindicatos dos professores e quadro geral, receberam diversos relatórios que demostravam claramente os vícios formais nos PCCR’s. Nossa gestão sempre foi pautada no diálogo, a exemplo das inúmeras vezes em que recebemos em nosso gabinete, representantes dos sindicatos para debatermos as situações.
Em junho de 2018, foram realizadas Assembléias com servidores e o próprio Sindicato do quadro geral, quando na reunião do dia 25/06/2018 apenas um servidor efetivo compareceu, como consta em ATA. Tenho convicção de que os servidores reconhecem o nosso trabalho em efetivar o pagamento das “datas bases” em nossa gestão, além da quitação dos salários em dia, enquadramento de professores de forma escalonada e pagamentos de sentenças judiciais dos mesmos honorários que o senhor prefeito me acusa, e que foram gerados em sua gestão em 2009.
De modo geral, o discurso mais recorrente do senhor prefeito é o ressentimento diante das transformações históricas pelas quais Dianópolis passou. Penso que o senhor prefeito tenha se convencido em decorrência dessa hostilidade e afirmação equivocada e reconheça que está colhendo os frutos daquilo que plantou em suas gestões anteriores, quando governava sem organização e transparência, principalmente com os servidores.
Repito: suas acusações soam como oportunistas. Assim também como “fake news” para aqueles que não têm conhecimento do que é gestão pública e como se aplica de forma transparente os atos desta gestão. Diante do que vem sendo feito pela atual gestão, basta uma simples consulta ao portal da transparência, para se deparar com as diferenças. Talvez, essa busca em acusar, por meio de inverdades é tão somente para justificar que não honrará com seus compromissos, principalmente com os servidores municipais, onde em plena pandemia da Covid19 os contratos firmados em 2021 estão todos com valores superiores aos da nossa gestão. Basta avaliar o portal da transparência e observar a discrepância dos números e principalmente, a falta de compromisso com Dianópolis, onde sabemos as cartas marcadas e os privilégios confirmados nestas cartas.
Por fim, sejamos coesos e éticos “dando a César o que é de César”. O senhor prefeito sabe exatamente a herança de sua gestão que se perpetua para os anos seguintes e agora que se vê do outro lado, com acordos firmados, porém, não esperava que a situação da pandemia se estendesse e que a Lei o impedisse de seguir com as cartas marcadas, procurando justificar o rombo financeiro para o qual Dianópolis caminha, com problemas oriundos de sua própria má gestão e os sintomas de que deixará pesada herança a futuros gestores.
Estou tranquilo e certo do que fizemos por Dianópolis. Continuo desejando sorte à gestão do prefeito, com a ressalva de que, como diz o ditado popular: “meu pai sempre me dizia, meu filho, tome cuidado: quando penso no futuro não esqueço o meu passado”.
Reforço o que declarei, lembrando que todas as leis que dizem respeito a benefícios funcionais, no município de Dianópolis, como Planos de Cargos, Carreiras e Remunerações, foram aprovadas nos pleitos anteriores, sendo o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações da Educação, Lei nº 1.132/2009 e Piso Nacional do Magistério aplicado ao Município, Lei 1.224/2012, realizadas por José Salomão, em seu pleito, e as Leis nº 1.277/2013, Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações do Quadro da Saúde e nº 1.278/2013, Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações do Quadro Geral, aprovadas na Gestão 2013/2016.
Como pode um gestor, imputar uma dívida a outro, quando fora ele próprio a criar a Lei? É sabido e público todos os compromissos do ex-prefeito Padre Gleibson, enquanto gestor municipal, entre 2017/2020, incluindo pagamentos de processos que versam sobre as Leis 1.277/2013 e 1278/2013 oriundos do próprio advogado que hoje, responde pela Procuradoria do Município de Dianópolis na gestão de José Salomão.
Leis estas, questionadas no Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, SEM PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA ANTERIOR E PREVISÃO DE IMPACTOS FINANCEIROS POSTERIORES, ALÉM DA AUSÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO DA MESA, BEM COMO AUSÊNCIA DE ATENDIMENTO DOS hj FUNCIONÁRIOS, aos requisitos da Lei.
Todos os processos concluídos e pagos na minha gestão, estão acessíveis ao cidadão. Quanto à herança de dívida, refresco a memória do atual prefeito, que ao criar a Lei nº 1.180/2011, aprovada em sua gestão, extinguiu a FESTO/FADES, realizando a doação de patrimônio público a uma empresa privada, o que resultou em inúmeros estudantes sem diplomas e diversas ações indenizatórias por danos morais, pagas pelo então prefeito Padre Gleibson, tendo o mesmo solucionado todo o imbróglio em parceria com a Universidade do Tocantins (Unitins), incluindo a diplomação destes alunos, como veiculado em vários veículos de comunicação no estado do Tocantins.
Além disso, vejo tanto o atual prefeito, quanto seus subordinados, enfatizando obras que foram deixadas empenhadas por nossa gestão, com processos concluídos. Resultado do nosso trabalho por Dianópolis, a exemplo da utilização da UPA, que se dá em razão da solicitação, realizada em nossa gestão, junto ao Ministério da Saúde, para que liberasse a utilização do estabelecimento para fins diversos, quais sejam o funcionamento da Secretaria de Saúde Municipal e a Fisioterapia, haja vista que apesar de concluída a obra, não houve e nem há condições para o seu funcionamento, o qual reflete em um gasto mensal aproximado de R$ 500 (quinhentos mil reais).
A conclusão das obras de asfalto, reforma de Praças públicas, conquista do Centro de Convenções, Feira para o Setor Nova Cidade e a quase a totalidade das obras atuais, que tanto orgulham o atual prefeito, foram resultado de trabalho incansável do então prefeito Padre Gleibson, com recurso garantido, o qual inclusive realizou abertura de contas específicas, com verbas próprias depositadas, para que não houvesse justificativa para não conclusão das mesmas na nova gestão.
Ressalte-se ainda que, diferente da nossa gestão, a atual administração encontra-se com a folha de gasto com pessoal “inchada”, com a quase totalidade dos servidores comissionados recebendo gratificações desprovidas da devida justificativa (atividades extraordinárias), salários nas alturas, inúmeros contratos que ultrapassam, em muito, os poucos comissionados/contratados existentes nos anos da nossa gestão.
Por fim, todos os gastos públicos encontram-se disponibilizados, para qualquer cidadão, no portal da transparência tanto do Município de Dianópolis, quanto no Tribunal de Contas do Estado e da União. A narrativa hoje utilizada pelo prefeito José Salmão já é conhecida e utilizada pelos velhos políticos, mantém-se presente novamente em nosso meio, em nossa cidade, com aquela velha desculpa, ao invés de fazer, prefere culpar os outros gestores por sua ineficiência, na tentativa de desviar o foco e a atenção para o que vem realmente acontecendo em sua gestão. Deixei sim milhões nas contas da prefeitura, nos fundos e em obras que só precisam ser executadas, deixei e provo!
Paranã, Tocantins.
15 de Junho de 2021.
Padre Gleibson Moreira Almeida“
Assista a entrevista do prefeito José Salomão: