À frente da Secretaria de Segurança Pública (SSP) durante o último governo Marcelo Miranda (MDB), o promotor aposentado César Simoni (PSL) também se manifestou sobre a decisão da gestão Mauro Carlesse (PHS) em dispensar delegados das funções comissionadas de chefes regionais. O social liberal afirma que o Palácio Araguaia criou o argumento de estruturação simplesmente para tirar Bruno Boaventura da chefia de Araguaína da Polícia Civil, que investiga parentes do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB), aliado do governador.
Além da investigação de armazenamento irregular de lixo hospitalar por empresa de João Olinto, pai do deputado, César Simoni lembra que também há inquérito para apurar a improbidade administrativa de uso de veículo oficial do gabinete do tucano, com dois seguranças pagos pelo erário público, oportunidade em que seu irmão foi preso transportando mais de R$ 500 mil em plena campanha eleitoral.
“Mancomunado com a sua trupe, e com um colóquio flácido para acalentar bovinos, porque acham que o povo tocantinense não tem inteligência, criaram uma estória de reestruturação da Polícia Civil e exoneraram todos os delegados regionais. Na verdade, eles tinham um único objetivo: exonerar das funções Bruno Boaventura”, resumiu o ex-secretário.
Para criticar Mauro Carlesse, Simoni fez questão de apontar divergência do posicionamento do governador com a postura presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). “O cenário estava armado para a deposição do delegado Bruno Boaventura, que comandava a investigação dos dois sórdidos acontecimentos criminosos. Esse é o Brasil que não queremos. Esse é o Brasil que Bolsonaro não quer e que quase perdeu a vida para ver extirpado de vez”, acrescentou.
Simoni ainda destacou o fato de Boaventura ter sido uma indicação dele e alfineta Carlesse ao dizer que na gestão de Marcelo Miranda o titular da SSO “tinha autonomia e respeito dentro do governo”. “Aqui externo meus agradecimentos ao delegado Bruno Boaventura por nunca ter traído a confiança que depositamos nele. Siga em frente. As pessoas de bem, seus colegas e as instituições sérias não lhe deixarão desamparado”, encerrou.