A executiva regional do MDB decidiu na manhã desta quarta-feira, 9, por 8 a 2, dissolver o diretório municipal do partido em Gurupi, apesar de o relatório do ex-presidente regional Derval de Paiva ter concluído que não havia risco à integridade partidária, como alegava o pedido de intervenção do filiado Elizeu da Silva Theophilo Junior, do dia 24 de junho. Uma comissão provisória deve ser designada ainda nesta quarta-feira. O MDB tem convenção programada para Gurupi no domingo, 13.
Empate na 1ª votação
Foi a segunda votação do caso. Na primeira, na quinta-feira, 3, houve empate por 4 a 4 e uma abstenção. Derval defendeu que o caso, portanto, deveria ser dado por encerrado. Isso porque o estatuto do MDB diz no paragrafo 3º do artigo 61 que “a intervenção será decretada pelo voto da maioria absoluta do órgão hierarquicamente superior”. “Como não houve a maioria absoluta prevista, o caso deve ser arquivado”, disse o ex-presidente.
Empate não é vitória
Contudo, o presidente regional em exercício, deputado estadual Nilton Franco, convocou uma nova votação para esta quarta-feira. Franco disse à Coluna do CT que o estatuto do MDB fala em vitória por maioria absoluta. “Como houve empate, não houve vitória, então, teremos uma nova votação”, justificou.
Cereja do bolo
Com o excelente tempo de rádio e TV e agora sem nome para disputar a prefeitura, o MDB virou a “cereja do bolo” dos pré-candidatos de Gurupi, e cobiçado por três deles – o ex-presidente da legenda Walter Júnior (PSD), o ex-secretário da Saúde e apoiado por Laurez Moreira, Gutierres Torquato (PSB); e a ex-deputada federal Josi Nunes (Pros). Todos têm procurado a executiva estadual atrás do apoio do partido.
Pré-candidatos a vereador queriam manter o diretório
Na reunião de quinta, chegou a ser lido um documento subscrito pelos 20 pré-candidatos a vereador do MDB em que afirmavam que uma intervenção colocará em risco a eleição deles. Por isso, pedem para a executiva estadual não dissolver o diretório neste momento. O MDB de Gurupi marcou sua convenção para o dia 13.
Suposta manobra de Walter Júnior
No pedido de intervenção e dissolução, do dia 24 de junho, o filiado Elizeu da Silva Theophilo Junior aponta uma suposta manobra envolvendo o ex-presidente Walter Júnior, que trocou o MDB pelo PSD no último dia de filiação, em 4 de abril – “sem qualquer justificativa prévia e de forma unilateral”, diz o reclamante –, e seu substituto, o popular Chiquim.
Se sentiram usados
Para Theophilo Junior, a maioria dos membros “ficou surpresa e perplexa” e se viu “numa situação no mínimo incômoda”. “Se sentiram usados pelo então presidente em uma clara manobra para desestruturar e enfraquecer o partido, posto que naquele momento não se tinha mais intenção de lançar candidatura própria a prefeito de Gurupi”, afirma ele.
Tornar MDB secundário
Para o autor do pedido de intervenção, “deu a entender premeditação de parte da executiva, com a única finalidade de tornar secundária a participação do MDB no processo eleitoral”. “O presidente substituto não tomou nenhuma medida e/ou providência de repulsa a tal ato praticado”, registra Theophilo Junior. “Pelo contrário, endossou a pré-candidatura de Walter Junior pelo PSD.”
Interferência externa
Ele disse que “o mais grave” é que “fica evidente a interferência externa no partido”. “Visto que na prática quem continua a ‘comandar’ é o ex-presidente [Walter Junior], agora pertencendo a outra legenda partidária, desmoralizando o MDB e seus membros, tudo isso com a conveniência tácita da atual executiva do diretório municipal.”
Críticas descabidas
Chiquim disse à Coluna do CT que vê as críticas de Theophilo Junior como “descabidas” e “sem uma articulação para nada”. Ele também afirmou que, pelo empate de quinta na executiva regional, achou que o caso já estava definido.