O secretário de Desenvolvimento Econômico de Palmas (Sedem), Kariello Coelho, não deve encontrar paz no Legislativo da Capital. Na sessão desta terça-feira, 23, os vereadores Filipe Fernandes (DC) e Diogo Fernandes (PSD) subiram a Tribuna para reforçar às críticas ao secretário da prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) que já se estendem por semanas. Os dois parlamentares vincularam uma suposta baixa geração de emprego da Capital à gestão da Sedem.
Filipe Fernandes foi o primeiro a ir à Tribuna. O alvo da insatisfação é o Decreto do Paço que exige a adequação dos quiosques às novas exigências arquitetônicas, o que, segundo os próprios vereadores, deve custar para cada empresário algo entre R$ 70 mil a R$ 80 mil. “Se me mostrarem em Palmas que 10% dos quiosqueiros têm condição de bancar a levantada de pilar em volta do seu quiosque, eu retiro meu discurso [de crítica]”, iniciou o parlamentar.
O democrata cristão disse que não está “subestimando” os empresários, mas sim vê que os mesmos estão “sendo sacrificados pela gestão deste secretário que aí está”. “Passamos por uma recessão, onde o desemprego cresce a cada dia mais. E esta Secretaria de Desenvolvimento Econômico não desenvolve nada, atrasa o crescimento da nossa cidade, continua bancando este desemprego com as ações do seu gestor derrubando quiosques”, disparou.
Filipe Fernandes manteve o discurso de que a Sedem tem sido responsável por uma suposta baixa geração de empregos. “Quando falo que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico banca o desemprego, eu falo e mostro o porquê. Porque está arrebentando a vida dos empresários, destruindo locais de empregos”, reforçou.
O vereador ainda foi mais duro. “Os quiosques estão sendo sacrificados, não dão conta de empreender a reforma ao montes, principalmente de lunáticos que ficam dentro de salas com ar-condicionado e não sabem qual a real situação do empresário, do quiosqueiro, dos barraqueiros das praias”, alfinetou.
Por fim, Filipe Fernandes reforçou que Kariello Coelho é um secretário que só “fica no gabinete com ar-condicionado” e que “não conhece a realidade”. Diante disto, o vereador aproveitou para convocar a população para ser mais ativa nos debates da Câmara até para ajudar a pressionar o Paço a tomar alguma reação. “Não podemos ficar criticando só no perfil do Facebook, no Whatsapp”, encerrou.
Diogo Fernandes foi à Tribuna logo em seguida e fez coro ao antecessor, associando o desempenho da Capital na geração de novos postos de trabalho com a gestão de Kariello Coelho à frente da Sedem. O vereador disse que Palmas gerou menos emprego que Paraíso do Tocantins, Araguaína e Porto Nacional no ano passado, e cita que este resultado tem relação com a atuação do secretário.
“Ou seja, Palmas tem uma política ineficiente na área de desenvolvimento econômico, da geração de emprego e distribuição de renda. Coincidentemente, esta Casa de Leis vem combatendo muitas políticas de desenvolvimento econômico. Quem dá conta de cumprir regras insanas para atrapalhar o comércio e seu desenvolvimento?”, questionou o vereador.
O social democrata avaliou que a política adotada para quiosqueiros “é um absurdo”. “Nós precisamos fomentar o comércio, não exigir uma reforma que custa aproximadamente R$ 70 mil. Quem tem condições? Só os grandes. Isto não pode acontecer. Nós precisamos fazer um trato com a prefeitura para que a gente possa reaver”, disse em relação as novas exigências arquitetônicas do Paço.
Entre discursos e comentários de outros vereadores, Parlamento deixa claro que a política da Sedem será uma das pautas na reunião com a prefeita Cinthia Ribeiro no fim da tarde desta terça-feira.