O presidente da Câmara de Palmas, Folha Filho (PSD), partiu em uma ofensiva contra a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) devido à programação de férias da Capital. O vereador questionou em grupo de WhatsApp do Partido Socialista Brasileiro (PSB) o fato de não haver atrações na Praia das Arnos e questionou a existência de um dia para apresentações evangélicas, comparando com o Carnaval da Fé. A discussão terminou com o fim do canal de comunicação da legenda. Milton Néris (PP) ironizou a postura do colega de Parlamento: “Dois pesos e duas medidas”.
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“É interessante ver a preocupação do presidente com o investimento nas praias, mas ele não se preocupou com o rombo deixado pelo ex-gestor”, disse o vereador Milton Néris, contrapondo a postura de Folha Filho com o posicionamento dele quando Carlos Amastha estava à frente do Executivo. “Estranho isto. Em poucos dias exigindo da prefeita aquilo que não exigiu em nada em relação as mazelas realizadas pelo líder político dele [Amastha]”, acrescentou.
Milton Néris aproveitou para criticar Amastha. O vereador indica que o ex-gestor deixou R$ 36 milhões de déficit no primeiro quadrimestre, gastou R$ 56 milhões com eventos e tendas e “foi o responsável” por rombo de R$ 50 milhões no Instituto de Previdência de Palmas (PreviPalmas). “Inclusive, há CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] que caminha para o segundo aniversário”, acrescentou o progressista, lembrando que Folha Filho não permitiu à Câmara investigar possíveis irregularidades do órgão.
“Se for analisar são dois pesos e duas medidas. A prefeita deve estar atrapalhando algum interesse pessoal dele. Esta reação só demonstra isso. Está muito intolerante em relação a prefeita e era tolerante demais com o antigo gestor”, concluiu Milton Néris, que era oposição a Carlos Amastha.
Fim do grupo no WhatsApp
Cinthia Ribeiro respondeu de forma irônica aos questionamentos de Folha Filho, expondo uma insatisfação dos vereadores com o comando da Câmara de Palmas. O parlamentar reagiu e destacou o fato de ter sido eleito por três vezes para ocupar cadeira do legislativo da Capital, ao contrário da tucana, que recebeu o Paço após renúncia de Carlos Amastha. O próprio pessebista tentou contornar a situação, mas acabou por excluir o grupo após a discussão.
O episódio é mais uma indicação do afastamento entre os grupos de Cinthia Ribeiro e de Carlos Amastha. Vereadores que eram oposição do governo pessebista se aproximam da prefeita tucana, enquanto aliados do ex-gestor já demonstram insatisfação com a nova gestão.