A decisão do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto de Previdência Social de Palmas (PreviPalmas), Júnior Geo (Pros), de impedir o uso da fala aos vereadores que não eram membros da CPI durante a oitiva das testemunhas realizada nesta terça-feira, 6, gerou forte insatisfação nos, até então, colegas de oposição. Rogério Freitas (MDB) foi o primeiro a externar a decepção da Tribuna da Câmara.
Na sessão realizada na manhã desta quarta-feira, 7, o vereador emedebista citou que a CPI da Saneatins, realizada na legislatura retrasada da Câmara de Palmas, até os parlamentares que não eram membros da comissão tiveram o uso da palavra para interrogar as testemunhas. O exemplo foi usado por Rogério Freitas como um contraponto à decisão de Júnior Geo, que permitiu apenas o envio das perguntas por escrito.
“O vereador Júnior Geo resolveu inovar, centralizando toda a discussão para si. Em todas as comissões parlamentar de inquéritos que pude ver e presenciar no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa, o relator faz as perguntas, os questionamentos. Mas aqui nesta CPI, o semideus, que foi eleito pelos membros como presidente, entendeu que ele deveria ser o centro das atenções”, questionando até o fato das indagações terem sido feitas pela presidência.
O emedebista lembrou que a possibilidade de abrir o direito a fala a todos os vereadores encontrou respaldo em dois membros da CPI, Léo Barbosa (SD) e Vandim do Povo (DC), e por isso voltou a criticar a resistência da presidência. “Estamos falando de um presidente de comissão, não é de um semideus não. A ata dá conta de que a decisão não foi da comissão, foi do vereador Júnior Geo. Para cumprir interesse de quem? Para proteger quem?”, questionou.
“Eu não poderia ter o meu direito cerceado por uma decisão monocrática, arbitrária e autoritária do vereador Júnior Geo, que não deliberou dentro da comissão o rito dos trabalhos. Isso me deixa envergonhado. Ele foi eleito presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito para fazer lambança”, disparou em seguida.
Rogério Freitas também criticou o teor das perguntas e disse que Júnior Geo “esqueceu de ler” por ter deixado de questionar o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB) sobre a desobediência dos investimentos às políticas de investimentos do próprio PreviPalmas, ou sobre a quantia irrelevante encontrada no fundo da Cais Mauá, onde o instituto palmense investiu R$ 30 milhões.
“Ele foi discutir nomeação. ‘Ai, quem que nomeou?’, ‘nomeou por quê?’”, ironizou o vereador. “A quem interessa quem nomeou? Interessa aos contribuintes do PreviPalmas quem cometeu o crime, saber onde estão os recursos e se poderão voltar”, disparou em seguida.
Rogério Freitas questiona ainda a função da assessoria contratada pela CPI, indicando possibilidades de vazamento às testemunhas. “O investigador não leu e não permitiu quem leu fazer as indagações. Sabe qual a possibilidade de eu formular uma pergunta prévia para uma comissão? Ela é nula. Eu não aceito que pessoas alheias a Câmara tenha acesso as perguntas que tenho a fazer para poder torná-las públicas”, comentou.
O emedebista ainda criticou uma passividade de Júnior Geo depois de Amastha ter indicado que as nomeações à presidência do PreviPalmas teria sido resultado de indicações políticas e de partidos representados na Câmara de Palmas.
“Quem nomeia no município é a caneta do prefeito. E ele vem aqui neste Parlamento na CPI conduzida pelo vereador Júnior Geo dizer que quem fez tudo foi a Câmara e o presidente aceitou calado. Só foi macho para cercear o direito dos vereadores. Não foi macho suficiente para colocar a pessoa sendo inquirida no lugar dela. Ele não veio aqui a passeio, veio porque houve um rombo na previdência na gestão dele”, afirmou.