A sessão especial que transferiu o comando do Executivo da Capital para Cinthia Ribeiro (PSDB) também foi marcada por uma confusão. Um dos vereadores de oposição e o único deles a comparecer na solenidade, o vereador Júnior Geo (Pros) relata que teve o direito de uso da fala cerceado pelo presidente da Câmara de Palmas e ainda um episódio de agressão contra sua assessora de imprensa.
Júnior Geo chegou ao Teatro Fernanda Montenegro portando um bolo que simboliza o aniversário de um ano da falta da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que nunca foi criada pela Mesa Diretora da Câmara de Palmas. O pedido de instalação com as assinaturas necessárias foi feito em abril do ano passado, mas nenhuma posição foi adotada pela presidência.
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O vereador conta que foi impedido de entrar com o bolo pela Guarda Metropolitana, mas disse ter compreendido a posição. Entretanto, Júnior Geo conseguiu levar a faixa que decorava o doce com referência ao aniversário de um ano da CPI do PreviPalmas. Paralelo a isso, o parlamentar relata ainda que sua assessora foi agredida ao tentar levar um documento para ele.
“Uma assessora minha, jornalista, estava com um material em mãos para me entregar, e um assessor do então prefeito de Palmas a agrediu tentando retirar a força das mãos dela um papel que ela estava para me entregar. E esta agressão foi descabida, sem sentido e não entendi a função dele naquele momento”, narra Júnior Geo em vídeo.
Sindjor
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Tocantins (Sindjor) repudiou o ocorrido em nota. “Num evento onde se pregava a democracia, e vontade de lutar pelo povo, é inadmissível agredir quem estava no local tão somente para acompanhar o assessorado que igualmente luta pelos direitos do povo. É lamentável que se use a violência, quer seja física ou verbal, contra profissionais que estão no exercício do seu trabalho tão somente por diferenças políticas partidárias”, discorre a entidade, que pede ainda retratação pública.
“O sindicato nem quer saber o que motivou tal agressão, pois nada justifica uma atitude destemperada e desequilibrada, porém exige, tal como a violência praticada contra a jornalista, uma retratação pública pelo ocorrido e ainda tomará as medidas cabíveis que o fato requer, para que nenhum jornalista faça parte da estatística da violência”, acrescenta a nota.
Direito de fala cerceado
Outros dois episódios ainda são criticados por Júnior Geo. O vereador alega que durante a sessão a faixa com referência ao aniversário de um ano da CPI do PreviPalmas teria sido “furtada” quando a colocou embaixo do seu assento. Aliado a isto, o oposicionista destaca que o presidente da Casa de Leis o impediu de usar a palavra.
Ainda no Teatro Fernanda Montenegro, logo após a sessão, o CT procurou Folha Filho (PSD), que negou que tenha sido procurado por Júnior Geo para o uso da palavra. O presidente da Câmara de Palmas também disse desconhecer o episódio envolvendo a assessora do oposicionista.
Júnior Geo contestou as declarações de Folha Filho. “Existe um cerimonial, que perguntou quem iria fazer o uso da fala. Me inscrevi, solicitei ao presidente que me desse o direito, mas simplesmente vetou, penso que por receio do que eu iria dizer neste momento de renúncia”, garantiu.
O CT ainda acionou a assessoria do ex-prefeito Carlos Amastha para comentar sobre a acusação de agressão por parte de algum assessor. O espaço continua aberto para qualquer manifestação.
Confira abaixo a íntegra da nota do Sindjor e vídeo do vereador Júnior Geo comentando episódio:
“NOTA
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins lamenta profundamente o ocorrido na manhã desta terça-feira, 3 de abril de 2018, no EspaçoCultural, quando a jornalista Gabriela Melo foi impedida de exercer sua atividade por um servidor da prefeitura de Palmas.
Num evento onde se pregava a democracia, e vontade de lutar pelo povo, é inadmissível agredir quem estava no local tão somente para acompanhar o assessorado que igualmente luta pelos direitos do povo. É lamentável que se use a violência, quer seja física ou verbal, contra profissionais que estão no exercício do seu trabalho tão somente por diferenças políticas partidárias.
O Sindjor-TO se posiciona rigorosamente na contramão de qualquer tentativa de impedimento à liberdade de imprensa e repugna qualquer ameaça aos profissionais da comunicação e com o mesmo ímpeto defende a ética na profissão e o uso responsável da informação apurada e veiculada.
Diante dos fatos o Sindjor-TO torna pública a ameaça sofrida pelos profissionais jornalistas, bem como já se colocou à disposição da colega, a fim de impedir que novos casos de violência do segmento venham a ocorrer no estado do Tocantins.
Vale lembrar que os jornalistas, repórteres, repórter cinematográfico, repórter fotográfico possuem a missão de levar a informação dos fatos de interesse à sociedade e têm a obrigação de credenciar a informação mediante acompanhamento e investigação.
Por fim, o Sindicato nem quer saber o que motivou tal agressão, pois nada justifica uma atitude destemperada e desequilibrada, porém exige, tal como a violência praticada contra a jornalista, uma retratação pública pelo ocorrido e ainda tomará as medidas cabíveis que o fato requer, para que nenhum jornalista faça parte da estatística da violência.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins
subscrevem:
Sindicato dos Jornalistas do Pára
Sindicato dos Jornalistas do Acre”