À frente da gerência da agência da Caixa Econômica Federal (CEF) na época das aplicações questionadas do Instituto de Previdência de Palmas (PreviPalmas), Paulo César Gonçalves prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara na noite desta quinta-feira, 22, e contradisse o ex-diretor de investimentos do órgão, Fábio Costa Martins, que afirmou aos vereadores não se recordar de ter autorizado investimento de R$ 8 milhões em fundo da própria CEF por telefone.
“Confirmo categoricamente”, disse Paulo César Gonçalves sobre o contato telefônico entre a Caixa e Fábio Costa Martins. O gerente explica que a ligação partiu da própria instituição financeira, entretanto, foi nela em que foi recebida a autorização para a aplicação de R$ 8 milhões. Apesar de afirmar que toda a indicação do investimento necessitar ter documentação física, o bancário minimizou o episódio já que tal movimentação foi apenas de “remanejamento” de fundos dentro da própria CEF.
Em relação as autorizações de movimentações financeiras de recursos do PreviPalmas na agência no geral, Paulo César Gonçalves explica que todas devem vir acompanhadas de processo físico, o que garante sempre ter ocorrido em sua gestão à frente da agência, apesar de admitir dificuldades de encontrar alguns documentos.
Por fim, já sobre a quantidade de assinaturas necessárias para garantir a movimentação financeira do PreviPalmas, Paulo César Gonçalves explica que a exigência de três nomes é norma da instituição e não dos procedimentos internos do banco. “O ato delegatório não é algo requerido pela Caixa. Existiram assinaturas suficientes do senhor Max Fleury e Christian Zini”, comentou o gerente, citando o presidente do instituto e o secretário de Finanças da época.
Segundo Paulo César Gonçalves, a Caixa Econômica Federal só exigiria as três assinaturas caso o próprio PreviPalmas apresentasse formalmente está necessidade à agência, o que garante não ter ocorrido.
O gerente de atendimento e negócios da Caixa Econômica Federal, Olivier Pires, ouvido em seguida, disse que não teve contato com servidores do PreviPalmas e do Executivo. O bancário relatou desconhecer detalhes das aplicações, mas confirmou que as transações eram autorizadas via ofícios encaminhados ao banco. Os vereadores solicitaram da testemunha todos os documentos relativos às movimentações da conta do PreviPalmas.