Vice-líder da oposição no Senado Federal, Eduardo Gomes (PL) participou na quarta-feira, 10, do programa “Conversa com Bial”. O tocantinense esteve ao lado do deputado federal Zeca Dirceu (PT), líder da Federação Brasil da Esperança. O tema do debate foi sobre a rivalidade na política, entre outros pontos.
QUINTO MÊS DE GOVERNO SEM NENHUMA PROVIDÊNCIA OBJETIVA
O foco e principal crítica do discurso de Eduardo Gomes, que foi líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso, foi quanto ao que considera uma lentidão do Palácio do Planalto em discutir temas relevantes. “Há uma discussão no Congresso Nacional sobre o aproveitamento deste ano, que chega ao quinto mês sem nenhuma providência objetiva com relação aos desafios do governo”, pontuou o vice-líder da oposição ao jornalista Pedro Bial.
FALTA DE ROTINA LEGISLATIVA
Na avaliação do tocantinense, a própria criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro é resultado desta inércia do Poder Executivo. A oposição tenta a responsabilização do Palácio do Planalto por supostas omissões. “Quem criou [a CPMI] foi a falta de articulação e de rotina legislativa do governo que está deixando todo mundo impressionado. O arcabouço precisa ser aprovado até agosto, dia 17 teremos o recesso. O que o governo precisa fazer é trabalhar”, afirmou.
GOVERNO SE ASSUSTOU DE GANHAR A ELEIÇÃO
Eduardo Gomes argumenta que esta situação chega a prejudicar a própria atuação dos parlamentares oposicionistas. “Estamos tendo dificuldade para fazer oposição, porque antes tem cinco ou seis elementos do próprio governo atrapalhando a gestão. Não se ajusta. Existe uma paralisia geral. Parece que o governo se assustou de ganhar a eleição e está tentando acertar o passo até agora”, avaliou.
TERCEIRA VIA NO BRASIL É ACOSTAMENTO
Sobre o cenário de forma geral, o tocantinense não vê condições de nascer uma força alternativa no País, mas vê pontos positivos nos dois lados da atual dualidade do debate nacional. “Vejo uma política muito acirrada. Terceira via no brasil é acostamento. A gente precisa acertar esta discussão, com aquilo que tem de bom na esquerda, e tem, e daquilo que tem de bom na centro-direita. Acredito que este vai ser nosso debate nos próximos anos”, afirmou Eduardo Gomes. “Teremos dois embates importantes, em 2024 e 2026, que vão dizer, na verdade, quem tem a compreensão da população brasileira sobre governança”, acrescentou em outro momento.
CAMPO DO ESTADO DEMOCRÁTICO
Em relação às investigações sobre a falsificação de comprovante de vacinação e peculato que pesam contra Jair Bolsonaro – de quem foi líder -, Eduardo Gomes optou por ressaltar que o aliado terá opção para se defender e que o debate deve ficar neste âmbito. “Acho que este episódio repete um clima que está se mantendo desde as eleições, que versam sobre uma disputa historicamente acirrada, e que precisa ir para o campo da defesa, do estado de direito, onde os acusados tem oportunidade de se defender. Isto que vai acontecer”, argumentou.
Confira a íntegra da participação: