O Ministério da Saúde aumentou neste domingo, 7, a confusão sobre os dados da pandemia do novo coronavírus no Brasil ao divulgar dois balanços conflitantes em questão de horas.
No fim da semana passada, a pasta, que está sem ministro definitivo há quase um mês, já havia deixado de publicar o total consolidado de casos e óbitos no país e tirado do ar por quase um dia o portal de dados nacionais da Covid-19.
Além disso, passou a divulgar o balanço diário por volta de 22h, e o próprio presidente Jair Bolsonaro ironizou que a medida tinha como objetivo escapar do “Jornal Nacional”, noticiário de maior audiência no Brasil.
No domingo, essa postura errática ganhou um novo capítulo. Em um primeiro momento, o Ministério da Saúde divulgou que o balanço do dia registrava 1.382 mortes e 12.581 casos confirmados em 24 horas.
Pouco depois, no entanto, o painel da pasta sobre a Covid-19 contabilizava 525 óbitos e 18.912 contágios no domingo. Com isso, de acordo com o Ministério da Saúde, o número de mortes no Brasil pode ser 37.312 ou 36.455, enquanto o de casos pode ser 685.427 ou 691.758.
A Universidade John Hopkins, dos EUA, um dos principais repositórios de dados sobre a pandemia no mundo e que chegou a tirar o Brasil de suas estatísticas no sábado, 6, ficou com o segundo balanço.
O Ministério da Saúde, no entanto, não explicou o motivo das divergências. De acordo com levantamento feito com os governos estaduais, o Brasil tinha, até 8 horas desta segunda-feira, 8, 693.775 casos e 36.551 óbitos na pandemia.
A pasta da Saúde da gestão Bolsonaro é chefiada interinamente pelo general da ativa Eduardo Pazuello, que é especialista em logística e nomeou uma série de militares para cargos no ministério. (Da Agência Ansa)