O Executivo estadual realizou uma reunião de emergência na noite desta quarta-feira, 23, para discutir estratégias de enfrentamento dos problemas que surgiram em decorrência da greve dos caminhoneiros. O objetivo do governo foi estabelecer um plano básico para combater os abusos de preços praticados por alguns postos e garantir o abastecimento de combustíveis de ambulâncias e viaturas de serviços essenciais, para não comprometer o atendimento básico à população.
Além de membros do primeiro escalão do governo do Estado, a reunião contou com representantes da Assembleia Legislativa, Polícia Federal, Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Tocantins, Defensoria Pública e outros órgãos.
Foram elencadas como prioridades neste momento o combate aos abusos de preços praticados por postos de combustíveis, classificado como um crime contra a economia; priorizar os estoques de combustíveis do governo para atender as viaturas policiais e do Corpo de Bombeiros, ambulâncias e outros veículos oficiais e o estabelecimento de um gabinete, para discutir situações de crise que porventura possam ocorrer.
Também foi determinado pelo governo a realização de estudos para criação de um estoque de combustíveis de segurança nacional, como prevê a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para cada Estado.
O secretário chefe da Casa Civil, Rolf Vidal, que presidiu a reunião, disse que neste momento em que os caminhoneiros ainda não sinalizaram com a possibilidade de cessar o movimento, o governo precisa buscar formas de garantir os serviços e básicos e minimizar os transtornos à população. “A nossa obrigação é buscar formas de garantir o funcionamento da segurança pública, a saúde e os serviços básicos”, ressaltou.
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Sem combustível
Com a paralisação dos caminhoneiros, muitos postos não estavam recebendo os combustíveis das distribuidoras. O fato provocou uma correria dos proprietários de automóveis aos postos de abastecimento nesta quarta-feira, o que provocou falta do produto na capital e em várias cidades do Estado, além da cobrança de preços abusivos.
Manifestação nacional
Por volta das 8 horas desta segunda-feira, 21, caminhoneiros do Tocantins decidiram aderir ao protesto que ocorre em vários pontos do País contra a alta do preço dos combustíveis. Em Paraíso do Tocantins, a categoria realizou uma carreata, com apoio da Associação Comercial e Industrial do município, e agora se encontra paralisada na BR-153 (Belém – Brasília). Após esse ato, mais dez trechos foram bloqueados.
Além do Tocantins foram registrados atos em ao menos 23 Estados. Insatisfeitos com o preço do diesel, que subiu 1,76% nas refinarias, na semana passada, os condutores de veículos de carga queimaram pneus nos acostamentos e bloquearam rodovias. Segundo a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que reúne 700 mil caminhoneiros autônomos, o objetivo é mudar a política de preços do petróleo, zerar a alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isentar o setor da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.
Nesta quarta-feira reunião entre o governo federal e representantes dos caminhoneiros terminou sem acordo e a paralisação da categoria continua em todo o país. Foi o primeiro encontro desde o início da greve. Uma nova reunião entre governo e representantes dos transportadores está marcada para esta quinta-feira, 24, às 14 horas, no Palácio do Planalto.
Trechos interditados no Tocantins:
Araguaína – BR-153, KM 152
Colinas do Tocantins – Posto Minas Petro – BR 153, km 245
Fortaleza do Tabocão – Posto Tabocão – BR 153, km 360
Paraíso do Tocantins – Posto Milena – BR 153, km 492, TO-080 saída para Mato Grosso e na saída para Palmas.
Porto Nacional – Posto Mirante – saída para Barrolândia.
Gurupi – Posto Mutucão – BR 153, km 674
Pedro Afonso – Ponte Rio Tocantins – BR 235, km 164
Alvorada – BR 153, km 761
Nova Olinda – BR 153, km 208