O senador Irajá Silvestre (PSD) foi o último candidato a governador a participar do “Café com Governadoráveis”, promovido pela Federação das Indústrias do Tocantins (Fieto). No evento desta quarta-feira, 31, o congressista apresentou propostas para áreas básicas como saúde e educação, mas também falou de política. Em relação ao setor produtivo, o principal compromisso foi a redução da carga tributária.
ALÍQUOTA DE ICMS EQUIPARADA A SÃO PAULO E MINAS GERAIS
A redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para garantir competitividade às empresas tocantinenses foi a principal proposta de interesse do empresariado apresentada por Irajá. “A primeira medida que nós precisamos resolver é a questão da carga tributária do nosso Estado, que é a maior do Brasil. Se a gente fizer um comparativo entre as alíquotas de ICMS interestaduais, o Tocantins é de 18%, Goiás de 12% e São Paulo e Minas Gerais de 7%. A minha decisão, como governo, é a redução, para ser equiparada a São Paulo e Minas Gerais”, defendeu.
IRÁ AUMENTAR A ARRECADAÇÃO
A avaliação do candidato a governador é de que esta redução impactaria apenas as empresas do lucro real e presumido, que representam apenas 25% do poder arrecadatório do Tocantins. Apesar disto, Irajá reforça que outros estados que adotaram esta medida registraram aumento da arrecadação.
NEM QUE SEJA POR TARES
Irajá reconheceu que, a priori, esta redução necessitaria passar pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), mas por outro lado, defendeu os Termos de Acordo de Regime Especial (TAREs) como alternativa. “Dependemos de uma aprovação do Confaz? É evidente. Mas nem que seja necessário assinar 25 mil TARES para poder incluir estas empresas nesta nova alíquota, estou disposto a fazer. Eu assumo este compromisso”, disse o candidato, em referência a quantidade de negócios ativos no Tocantins.
NÃO VAI SER DE GRAÇA
O social democrata deixou claro que irá cobrar uma compensação do empresariado por esta redução da carga tributária. “Agora, a adesão a este plano de benefício não vai ser de graça. A contrapartida é abrir duas vagas de trabalho para o pai e mãe de família desempregados. Se as 25 mil aderirem, estamos falando de 50 mil novos empregos”, afirmou. Durante a apresentação, Irajá deixou claro que quer um possível governo seja reconhecido pela geração de empregos. “Vamos trabalhar para poder fazer do Tocantins o estado da oportunidade”, defendeu.
OPOSIÇÃO BEM REPRESENTADA
Irajá também chamou a atenção ao exaltar as principais candidaturas de oposição. “Qualquer um dos três que porventura tiverem o êxito agora no primeiro turno de passar para o segundo, o Tocantins estará em boas mãos. São ótimos nomes, experiência política, preparados pessoalmente e administrativamente. Esta é minha convicção. Não tenho nenhuma dificuldade em dizer isso publicamente. Claro que espero que seja eu o vencedor desta disputa”, afirmou.
ELEIÇÃO TERÁ SEGUNDO TURNO
O processo eleitoral também foi abordado por Irajá, que garantiu que o pleito terá 2º turno. “Podem ter certeza disto”, disse o senador, que emendou: “E os outros que briguem, porque uma vaga é minha”.
GOVERNO QUE NÃO QUIETA NA CADEIRA
As constantes crises políticas no Tocantins também foram abordadas por Irajá, que questiona a reeleição do atual chefe do Poder Executivo, Wanderlei Barbosa (Republicano). “Estamos há 15 anos quebrando a cabeça, com governo que não quieta na cadeira. Chega no meio do mandato, é cassado ou é afastado e larga o povo no meio da estrada. Qual a chance de isto dar certo? Será que este governo vai terminar? Todos nós sabemos que não. Vai chegar no 3º ano, irá renunciar, ser candidato a outra coisa, o vice assume, inviabiliza o Estado todinho para se cacifar eleitoralmente. Este filme está parecendo sessão da tarde, que assistimos dez vezes. Ou a genta dá um basta nisto ou nosso Tocantins vai virar um faroeste. Terra de ninguém. Sem estabilidade político, não há estabilidade econômico e muito menos jurídica”, avaliou.
OUTRAS PROPOSTAS
Aos empresários, Irajá voltou a se comprometer com a paridade de gênero nas secretarias e autarquias do governo estadual e aproveitou para anunciar que a candidata a vice-governadora, Lires Ferneda (PSD), será a secretária da Educação do possível mandato. O senador defendeu a implantação do ensino técnico profissionalizante, a construção de uma clínica de especialidades em cada região do Estado para desafogar os hospitais regionais e criação de um estrutura denominada Casa do Produtor Rural, que irá reunir as cinco instituições estaduais que envolvem o cidadão do campo – Ruraltins, Adapec, Itertins, Naturatins e Coletoria – em um único endereço.