Principal opositor de Wanderlei Barbosa (Republicanos), o senador Irajá Silvestre (PSD) repercutiu os desdobramentos da Operação Fames-19 da Tribuna do Senado Federal ainda na terça-feira, 3, data da deflagração da ação policial que afastou o republicano do comando do Palácio Araguaia. O congressista afirmou que sempre apresentou denúncias de irregularidades no decorrer do mandato, que agora foram expostas pela Polícia Federal (PF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ).
NUNCA SE TRATOU DE PERSEGUIÇÃO, MAS DA DEFESA INABALÁVEL DO ESTADO
Irajá aproveitou a defesa de sua atuação como opositor para criticar a tese de Wanderlei Barbosa de que foi perseguido por ele em um complô com o agora governador em exercício, Laurez Moreira (PSD). “Nunca se tratou de perseguição política, nem de disputa eleitoral, ou qualquer tipo de narrativa que pudesse justificar esta conduta deplorável. Tratava-se, e sempre se tratará, da minha parte, da defesa inabalável do Estado e da correção da aplicação dos recursos públicos”, afirmou.
PURA CRUELDADE
O senador também foi duro quanto ao teor dos fatos investigados que resultaram no afastamento de Wanderlei. “Atentem para este absurdo. O governador foi afastado do cargo porque estava roubando comida dos mais pobres durante a pandemia do coronavírus. As pessoas morrendo nos hospitais, ficando sem emprego, passando fome e o que o Wanderlei Barbosa fez? Desviou dinheiro de cestas básicas. Na mais pura crueldade que poderia ter feito. […] Deveria ter chegado na forma de alimento à mesa das famílias tocantinenses, mas foi desviado em esquemas de corrupção”, disse da Tribuna.
OPORTUNIDADE DE VIRAR A PÁGINA COM LAUREZ
Irajá não deixou de lamentar o histórico do Tocantins, que não vê um governador eleito terminar o mandato há duas décadas. “É vergonhoso, mas é também uma oportunidade de virar uma triste página”, contextualiza o senador, que aproveitou para manifestar sucesso à gestão de Laurez Moreira. “Ele é de um Estado ferido, desorganizado e marcado pela corrupção, mas terá chance de corrigir rumos, de resgatar a dignidade da administração pública, de reconstruir a confiança do povo e de inaugurar um novo tempo na história do Tocantins. Quero dizer daqui, de forma pública e transparente, o governador Laurez pode sim contar comigo nesta missão, mas naquilo que for correto”, complementou.
Confira a íntegra do pronunciamento: