Uma operação policial – quase cinematográfica – será montada para o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, 24, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Um núcleo, o Gabinete de Gestão Integrada (GGI), foi criado exclusivamente para administrar a situação. Helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estarão disponíveis para conduzir os desembargadores até a sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) caso haja trânsito pelas vias urbanas. Se os magistrados optarem por carros para o deslocamento ao TRF4, escoltas e batedores estarão pelo trajeto.
A partir das 17 horas desta terça-feira, 23, o perímetro entre as avenidas Augusto de Carvalho, Loureiro da Silva e Edvaldo Pereira Paiva estará fechado ao público, com acesso permitido apenas a pessoas autorizadas do TRF4. Ao todo, 18 linhas de ônibus terão o percurso alterado por conta da interdição.Também haverá um bloqueio aéreo, terrestre e naval, já que a sede do TRF4 fica perto do rio Guaíba, câmeras de segurança e atiradores de elite.
Órgãos públicos da vizinhança, como o escritórios do Ministério da Agricultura, Incra, Receita Federal, IBGE e Câmara dos Vereadores, suspenderão suas atividades a partir do meio-dia desta terça-feira.
Grupos pró e contra Lula planejam atos em áreas de Porto Alegre, os quais também contarão com um esquema especial de segurança para evitar confrontos. Lula será julgado pelo TRF4 em segunda instância, a pedido de sua defesa, que apresentou um recurso contra a sentença de 9 anos e meio de prisão emitida e julho de 2017 pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba, no processo do triplex no Guarujá.
O petista foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal (MPF) acusa o ex-presidente de ter recebido propina da empreiteira OAS na forma de um apartamento triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo. Em troca, a OAS venceu contratos com a Petrobras.