Vitorioso no pleito pela presidência da juventude tocantinense do Partido da Social Democracia Brasileira (JPSDB-TO), João Pedro Dornelles Claret divulgou nota à imprensa nesta segunda-feira, 27, para criticar a suspensão da eleição após pedido de Ataídes Oliveira, que preside a diretório estadual. No documento o jovem revela que esperava um ato “aparentemente arbitrário” do ex-senador por divergências de correntes e ainda fala em “perseguição” à prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB).
Sobre o processo de suspensão da eleição em si, João Pedro Dornelles aponta para uma “indecisão” da Juventude Nacional do PSDB, isto porque poucos dias antes havia homologado a chapa tocantinense que sagrou-se vencedora. O jovem culpa o ex-senador pela situação. “Ataídes decidiu por agir sem dialogar previamente com a juventude para apurar eventuais questionamentos”, afirma o tucano, que disse esperar que a suspensão “verticalizada e infundada” não tenha sido fomentada por “vieses arbitrários e antidemocráticos”.
Apesar da expectativa, o líder tucano destaca haver sinais de restrições aos grupos da juventude de oposição à corrente “Ação Popular” nos estados do Mato Grosso, Amazonas, Bahia e Espírito Santo, além do próprio Tocantins. “Ataídes Oliveira foi acionado para entrar com um processo contra a juventude de seu próprio partido coincidentemente quando a JPSDB-TO passou a declarar-se apoiadora da chapa contrária ao ‘Ação Popular’, grupo que norteia o ideário da atual gestão da Juventude Nacional”, anota.
Diante do caso, João Pedro Dornelles Claret pede intervenção da diretoria em busca da validação do resultado. “A juventude clama para que o diretório nacional do partido – órgão que ainda não se posicionou – não coadune com este tipo de atitude suspeita e pede para que impeça a JPSDB Nacional e Ataídes Oliveira de prejudicarem a validade do processo de eleição da JPSDB-TO, em nome da democracia e da liberdade”, destaca o tocantinense.
Ataídes prejudica recomposição do PSDB
A nota de João Pedro Dornelles ainda critica Ataídes Oliveira por “desperdiçar futuras oportunidades de recomposição” do partido no Tocantins. Além da intervenção na eleição da juventude, o tucano cita uma “eventual perseguição” contra Cinthia Ribeiro, citando-a como “o maior potencial político” da legenda.
Cinthia respondeu a processo de expulsão aberto pela executiva regional do PSDB, comandada pelo ex-senador. A prefeita era acusada de infidelidade partidária por ter apoiado nas eleições do ano passado as candidaturas ao Senado de Eduardo Gomes (MDB) e Vicentinho Alves (PR), quando o próprio Ataídes buscava a reeleição no cargo. No entanto, o processo foi arquivado pela executiva nacional no dia 20 de fevereiro.
João Pedro Dornelles vai além e diz que “a falta de fidelidade de Ataídes para com o partido não representa uma novidade”. O jovem tucano defende que registros da Justiça Eleitoral indicam que o ex-senador gastou oito vezes mais com candidaturas de outros partidos. “Uma estratégia bastante peculiar para um dirigente partidário”, comenta.
O Sistema de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais mostram entre as despesas de Ataídes Oliveira em 2018 mais de R$ 600 mil em transferências para campanhas de Jorge Frederico (MDB), Elenil da Penha (MDB), Ricardo Ayres (PSB), Dulce Miranda (MDB), Fabion Gomes (PR) e Valdemar Júnior (MDB). Todos foram eleitos para os cargos que disputaram.