Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, Kátia Abreu (Progressistas) será a responsável por enviar um apelo à comunidade internacional na busca por ampliar a quantidade de vacinas contra a Covid-19 para a população brasileira. O documento tem a assinatura de 60 dos 81 senadores. Em entrevista à CNN neste domingo, 21, a tocantinense defendeu a necessidade desta ajuda humanitária ao Brasil, que é o epicentro da pandemia, podendo gerar riscos a todo o mundo com a geração de novas cepas do coronavírus.
Queremos saber quem são os amigos do Brasil
Conforme a senadora, o apelo será enviado a todos os países que compõem o G-20, Organização das Nações Unidas (OMS), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), embaixadores e até fabricantes dos imunizantes. “O mundo tem que entender que o Brasil está passando por um momento delicadíssimo. Estamos vivendo hoje uma terceira guerra mundial. A diferença do Brasil com o mundo é gritante. Nós queremos muito saber quem são os amigos nesta hora tão difícil. O Brasil nunca faltou ao mundo nos momentos das maiores tragédias e nós estamos vivendo uma agora”, defendeu.
Brasil se transformou em um verdadeiro covidário
Kátia Abreu também destaca a necessidade de agilizar a entrega dos imunizantes já contratualizados. “Não podemos mais ficar observando o Brasil morrer na fila, esperando vacinas. Nós temos contratos com um número suficiente de vacinas para todos […], o problema é o cronograma da entrega. Como hoje somos o epicentro da pandemia do mundo, nos transformamos em um covidário verdadeiro, precisamos adiantar esta entrega”, defendeu. A tocantinense quer garantir com urgência, pelo menos, 70 milhões de doses para imunizar toda a população acima dos 60 anos. “Para conter, minimamente, o caos que estamos vivendo no Brasil, com relação ao nível e quantidade de mortes, de contágio, e o colapso total dos hospitais”, comentou.
Reciprocidade
A senadora não deixou de questionar a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Se o governo federal perdeu a interlocução diplomática, abriu mão, o Congresso Nacional está de pé, observando a diplomacia internacional e quem são os verdadeiros parceiros do Brasil”, disse. Kátia Abreu ainda defende que o País saberá ser grato a quem prestar apoio e diz que haverá rusgas com quem ignorar o socorro. “Está mágoa de quem nos abandonou neste momento não será cicatrizada com facilidade. Saberemos agradecer quem foi o parceiro mais importante. Estamos na condição de nos impormos como um País grande, solidário, amigo, que espera neste momento reciprocidade”, afirma.
Não é hora de fazer política, mas ela vai decidir quem pôs fogo na cidade e quem apagou
A tocantinense também afirma que os reflexos da maneira como cada um lidou com a pandemia serão sentidos no processo eleitoral.“Não estamos fazendo política, não é hora disso. É hora de olhar para frente. Depois a política vai decidir quem colocou fogo na cidade, quem apagou, quem fez mal, quem fez bem”, projeta.
Veja a íntegra da entrevista: