O absurdo atentado do presidente de honra do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson, contra policiais federais que buscavam cumprir um mandado de prisão gerou repúdios da senadora Kátia Abreu (Progressistas) e da sucessora, Dorinha Seabra (UB), eleita no dia 2. As duas estão em palanques diferentes, a primeira está com Lula da Silva (PT) e a segunda apoia a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). O petebista recebeu agentes com uma granada e tiros de fuzil – dois ficaram feridos – ao reagir à abordagem que buscava cumprir determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
INACEITÁVEL
Em nota enviada à imprensa, Dorinha Seabra disse “repudiar categoricamente” as atitudes de Roberto Jefferson, bem como os ataques à ministra Cármen Lúcia, do Supremo, que foi justamente o que lhe rendeu a determinação para deixar a prisão domiciliar e retornar ao sistema penitenciário. “Inaceitável qualquer forma de violência e agressividade proferida contra nós mulheres como forma de intolerância, ódio e misoginia que difamam a nossa dignidade e fere o processo democrático”, escreveu a senadora eleita.
VOCALIZOU O QUE O ENTORNO DE BOLSONARO PENSA
Kátia Abreu foi mais dura na manifestação e não deixou de vincular o petebista ao aliado e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro. “Nunca pensei viver em um país com tamanha escalada de intolerância, violência, ódio, misoginia e total desrespeito às normas mais elementares da convivência humana. Isso não é liberdade de expressão, isso é crime contra a honra da ministra que atinge os princípios de nossa democracia e do Estado de Direito […] Roberto Jeferson vocalizou, com sua conhecida falta de pudor e de compostura , o que grande parte do entorno de Bolsonaro pensa. Temos só esta semana para impedir que este sentimento venha a governar o Brasil”, apelou a progressista.
RESPOSTA SERÁ 13 NO DIA 30
A senadora Kátia Abreu também abordou o tema nas redes sociais e voltou a vincular a figura do petebista ao atual presidente, aproveitando para pedir voto para Lula da Silva neste 2º turno. “Quando falamos dos riscos a democracia estamos falando dessas aberrações praticada por um dos pilares da campanha de Bolsonaro: Roberto Jeferson. Agride uma ministra da corte suprema e acha que está tudo certo. A resposta será 13 no dia 30”, escreveu no Twitter.
ENTENDA
A revogação da prisão domiciliar de Roberto Jefferson aconteceu porque o mesmo descumpriu uma série de medidas cautelares impostas no processo que responde por atentar contra o Estado Democrático de Direito, como passar orientações a dirigentes do Partido Trabalhista Brasileiro, usar as redes sociais, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news. Um dos destaques foi o ataque com palavras de baixo calão contra a ministra Cármen Lúcia, do STF. Após reagir ao cumprimento do mandado com tiros e granadas no domingo, 23, o político já está detido.
Leia as notas:
A deputada federal e senadora eleita pelo Tocantins, Professora Dorinha (UB), vem a público, repudiar categoricamente, neste domingo, 23, as atitudes de Roberto Jefferson, após atacar policiais federais e passar 8 horas desrespeitando ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Dorinha se solidariza aos policiais feridos e ao repórter cinematográfico Rogério de Paula, da Inter TV, afiliada da TV Globo, que sofreu agressões enquanto exercia sua função. Neste sentido, a parlamentar repudia também as falas proferidas por Roberto Jefferson (PTB-RJ), por meio de vídeo, em que atacou e agrediu a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF). “Inaceitável qualquer forma de violência e agressividade proferida contra nós mulheres como forma de intolerância, ódio e misoginia que difamam a nossa dignidade e fere o processo democrático”, destacou Dorinha.
Assessoria de Imprensa
Professora Dorinha
Senadora Eleita pelo TO
Palmas, domingo, 23 de outubro de 2022
Ao tomar conhecimento da agressão de Roberto Jefferson à Exma. Ministra Carmem Lúcia, tive urgência em prestar minha solidariedade e renovar minha consideração a ela, além de dizer que nunca pensei viver em um país com tamanha escalada de intolerância, violência, ódio, misoginia e total desrespeito às normas mais elementares da convivência humana. Isso não é liberdade de expressão, isso é crime contra a honra da ministra que atinge os princípios de nossa democracia e do Estado de Direito. Além de renovar minha confiança na Justiça Eleitoral, ressalto que Roberto Jeferson vocalizou, com sua conhecida falta de pudor e de compostura , o que grande parte do entorno de Bolsonaro pensa. Temos só esta semana para impedir que este sentimento venha a governar o Brasil.
Brasília, 22/10/2022
Senadora Kátia Abreu (PP-TO)