Marco Antônio Gama
Especial para a CCT
Dois dias após anunciar o ingresso no Partido Social Democrático (PSD), o vice-governador Laurez Moreira recebeu à imprensa na manhã desta quarta-feira, 27, para abordar o projeto ao Palácio Araguaia na nova agremiação. O relacionamento com o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), a busca por alianças e os principais projetos para o Estado foram abordados na ocasião. “Eu venho de muito longe, me preparando para um dia governar o Tocantins. Conheço todas as fases da nossa história e quero construir a quinta frente de desenvolvimento do Estado”, iniciou.
JAMAIS FARIA ALGO CONTRA WANDERLEI E SEM TEMPO PARA PERDER COM FOFOCA
Ao abordar o rompimento com Wanderlei Barbosa, Laurez Moreira relata que esta decisão foi unilateral. “Quem me conhece sabe que jamais faria alguma coisa contra o governador, com quem fui eleito junto. E também não tenho tempo para perder com fofoca, tenho projeto para governar o Estado”, pontuou. A fala parece uma menção à razão utilizada pelo chefe do Poder Executivo para o afastamento: de que o vice teria se unido ao senador Irajá Silvestre (PSD) – e sua mãe, a ex-ministra Kátia Abreu – para tirá-lo do cargo. Apesar do ingresso no PSD, Laurez sempre negou esta conspiração.
LAUREZ TENTOU DIÁLOGO E ESPEROU POR UM ANO E SEIS MESES
O vice-governador garante ter buscado o diálogo por seis meses e depois esperou por mais um ano qualquer sinalização do chefe do Poder Executivo, o que não veio. “Eu passei seis meses tentando conversar, saber qual a razão. Percebi que tinha outro candidato ao governo. Evidente que, depois dos seis meses que não tive um diálogo, comecei a construir e esperar a procura do governador, para ver se tinha repensado a posição. Seis meses tentando conversar, mais um ano aguardando: dá um ano e seis meses. Evidente que entendi que é o momento de montar meu grupo político”, resumiu Laurez Moreira.

PREFERIU OUTRO
“É evidente que o governador escolheu o candidato dele e arrumou uma justificativa para não me apoiar. Nós nos elegemos juntos, mas ele preferiu apoiar outro. Eu não faço fofoca, não conspiro contra ninguém, mas sigo construindo meu projeto”, disse.
IDA AO PSD ARTICULADA POR IRATÃ
Ao falar sobre o PSD, Laurez revelou que sua entrada no partido foi articulada inicialmente por Iratã Abreu, irmão do senador Irajá Abreu, e consolidada com apoio da direção nacional. Ele também garantiu que a vaga de senador da coligação já está assegurada para Irajá. “Eu tenho compromisso direto com a direção nacional do PSD. Sou presidente do partido no Tocantins e tenho convicção de que todos os senadores que vão coligar estarão comigo. Com o Irajá já há um acerto definido”, reforçou.
SEM FULANIZAR
Em relação às composições políticas, Laurez Moreira declarou não ter restrições pessoais e afirmou que prefere valorizar o lado positivo das pessoas. Disse ainda que os apoios serão anunciados no “tempo certo”, evitando antecipar nomes: “Não vou fulanizar”.
ESTRATÉGIA
O novo social-democrata reforçou que mantém um discurso de independência em relação ao governador Wanderlei Barbosa e que a prioridade é disputar o governo em 2026. Segundo Laurez Moreira, a estratégia é consolidar o PSD até abril do próximo ano e, a partir daí, ampliar as coligações. “O meu projeto político é diferente do projeto do governador. Cabe a ele decidir o que quer da vida. A minha decisão está tomada: quero ser governador do Tocantins e vou lutar por isso”, concluiu.
PRÉ-CAMPANHA PROPOSITIVA
No campo dos projetos, o vice-governador disse que pretende transformar o Tocantins em referência nacional na piscicultura, em parceria com a Embrapa, e defendeu a ampliação do projeto do rio Formoso, a navegabilidade do rio Tocantins e a conclusão da BR-235, como forma de interligar o Estado ao mercado consumidor do Nordeste. Também estabeleceu como meta elevar o Tocantins da 23ª para a 15ª ou 16ª posição no ranking das economias do País, além de criar uma política habitacional estadual.
ILHA DO BANANAL E JALAPÃO EM PAUTA
O turismo também foi pauta da coletiva. Laurez propôs a construção de um centro de eventos na Ilha do Bananal, com o objetivo de valorizar a cultura indígena e atrair visitantes internacionais. Sobre as discussões em torno das concessões e da instalação de cassinos no Jalapão, preferiu não entrar em polêmicas, afirmando que só se manifestará após decisão do Congresso Nacional. Para o vice-governador, cabe ao Estado garantir a infraestrutura necessária, deixando o investimento direto para a iniciativa privada.
(Edição: Luís Gomes/CCT)