Dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto de Previdência Social de Palmas (PreviPalmas), o vereador e deputado estadual eleito Léo Barbosa (SD) foi um dos mais combativos durante o depoimento do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). Em material enviado à imprensa, o parlamentar classificou as respostas da testemunha como “evasivas” e o criticou a “terceirização” de responsabilidade feita por ele.
Léo Barbosa cita que iniciou sua fala lembrando ao ex-prefeito que no dia 29 de março de 2018 falou em entrevista que o investimento era seguro e que estava verificando se houve alguma irregularidade no procedimento, mas que tinha convicção que o dinheiro seria recuperado. Logo após, o vereador perguntou se Amastha, ao afirmar isso, sabia que as aplicações que foram feitas em fundos de alto risco.
“O que a gente está investigando neste momento é se aquele investimento foi feito dentro das normas do plano de investimento e não a qualidade, porque pelo que a gente sabe, de apurar os saldos, são investimentos que não trazem prejuízo para o instituto”, respondeu Amastha, reafirmando que considera que não haverá prejuízo aos cofres do fundo previdenciário palmense, mesmo após relatórios técnicos confirmarem inúmeras irregularidades nas aplicações.
Questionado se como gestor era informado continuamente sobre as aplicações e movimentações dentro do PreviPalmas e se acompanhava o andamento das obras do Cais Mauá, Amastha deu resposta negativa e disse não ser sua responsabilidade fiscalizar tais obras. “Absolutamente não, vereador. Não é do meu conhecimento”, comentou.
Quando perguntado por outros membros da comissão sobre a responsabilidade pelas indicações dos presidentes do instituto e sobre a análise de suas capacidades técnicas para assumir cargo de tamanha relevância, Amastha atribuiu as indicações a partidos políticos, a procuradoria do município e a parlamentares da Câmara, eximindo-se da responsabilidade de nomeação que cabe, exclusivamente, ao prefeito.
“Agora o senhor terceiriza a responsabilidade das indicações dos presidentes. Câmara indicou, partidos indicaram, o senhor nunca fez nada, só obedeceu a ordens, que é o perfil do senhor”, ironizou Barbosa, ocasionando um dos momentos de embate mais direto. Amastha reagiu. “Acho que está me faltando respeito. O senhor não pode fazer esta afirmação. Nunca na vida alguém vai poder apontar qualquer atitude minha como prefeito que fosse em detrimento do dinheiro público. O meu feitio sempre foi fazer a coisa certa”, rebateu o ex-prefeito. O vereador chegou a pedir desculpas pelo excesso.
Outro ponto abordado pelo vice-presidente da Câmara foi a grande quantidade de pessoas que ocuparam o cargo de presidente do PreviPalmas, nos últimos anos. Ele questionou ainda, o motivo da exoneração de Wally Vidovix, conhecida pela sua retidão e rigidez no que diz respeito a legislação previdenciária, mas que ocupou o cargo por menos de seis meses, no ano de 2015.
“Temos um histórico de grande rotatividade na ocupação da presidência. Em cinco anos foram sete ou oito presidentes e o ex-prefeito também não conseguiu explicar qual a necessidade disso”, completou Léo Barbosa.