O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 29, ao receber seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, que a relação plena com o país vizinho foi recuperada e que na Venezuela há democracia. O mandatário ainda defendeu parcerias entre as Forças Armadas das duas nações.
“Fico feliz em reencontrar Maduro, essa retomada da relação é completa. Não queremos que a relação seja apenas comercial, ela pode ser política”, afirmou.
Lula fez essas declarações após uma reunião reservada com Maduro.
“Eu discuti muito com companheiros social-democratas europeus, achava absurdo que as pessoas negassem o reconhecimento do presidente eleito e dessem suporte a Juan Guaidó, que foi eleito como deputado”, disse o líder brasileiro.
“Venezuela é vitima de preconceito”, reforçou Lula.
Ele também ressaltou que o Brasil e a Venezuela compartilham dois mil quilômetros de fronteiras e que os militares poderiam atuar em conjunto contra o narcotráfico.
Por outra parte, Lula disse que seu governo quer um acordo energético com a Venezuela para abastecer o estado de Roraima, no norte brasileiro.
Cúpula
A partir desta terça-feira, 30, chefes de Estado de países da América do Sul se reúnem em Brasília, no Palácio Itamaraty. Os presidentes de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela confirmaram presença. Um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos.
“O principal objetivo desse encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo Lula. Temos consciência que há diferença de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas ele [Lula] quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”, explicou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), na sexta-feira, 26.
Embora o governo brasileiro evite apontar uma proposta específica, há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características. (Com informações da Agência Brasil)