O governador Marcelo Miranda disse ao MDB nesse sábado, 27, que aceita o desafio e que vai à reeleição. Inicialmente, ele havia comunicado o partido que só no final de março se manifestaria, mas, pressionado, decidiu por disputar o quarto mandato em outubro. “Eu não me furtarei à convocação do meu partido”, afirmou.
Cercado por representantes de vários partidos aliados, como PV e PP, Marcelo defendeu em seu discurso que é hora abrir esse arco e “de junção de forças, deixar as vaidades pessoais e pensarmos no Tocantins”. “Agora chamar e sentar à mesa com os demais partidos políticos que querem conversar, como já foi conversado com Ronaldo Dimas, decente, o Vicentinho, o Ataídes, também não vamos fechar as portas para o governador Siqueira [Campos, DEM]”, afirmou.
Contudo, Marcelo já definiu quem estará fora desse arco de alianças, o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB). “Mas como disseram por aí que não nos querem perto, tem um candidato que não precisamos nem procurar”, disse. Em Araguaína, também nesse sábado, o prefeito avisou que não quer “saber, nem falar” com os políticos tradicionais do Tocantins.
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O governador Marcelo Miranda voltou a defender, como já tinha feito em outros eventos públicos, a necessidade de se respeitar a história dos líderes do Estado, que, afirmou, que contribuíram a seu momento com o Tocantins. “Todos sabem das diferenças políticas que o governador Marcelo Miranda teve com o governador Siqueira Campos, com seu filho [deputado estadual Eduardo Siqueira Campos], mas vamos respeitar a história. Cada um tem sua história!”, reforçou o emedebista.
Objeção
Ele só fez uma objeção em relação aos tradicionais políticos do Estado, a senadora Kátia Abreu (sem partido), que foi às redes sociais nesse sábado criticá-lo. “No palanque em que estiver uma senhora que tem denegrido a minha imagem, eu também não estarei”, avisou.
“Para que isso?”, questionou Marcelo. Ele lembrou que quando Kátia foi eleita ao seu lado, em 2014, entregou a Secretaria da Educação para ela, “por lealdade”. “Não cobrei nada, apenas resultados. E hoje sou agredido!”, lamentou.
O governador, porém, disse que não vai mudar “o tom da voz” e que manterá o equilíbrio. “Que eu sempre tive, como pai de família, como filho”, afirmou. “Não vão conseguir que eu perca o que tenho mais, que é dignidade.”
Marcelo lembrou que de mais de 20 anos de vida pública recebeu mais de 1,350 milhão de votos num Estado de 1,5 milhão de habitantes. “Respeitamos todo o posicionamento daqueles que criticam de forma construtiva. Quando é destrutiva, a gente sabe que não tem compromisso, e pedimos a Deus para iluminá-los. Nós temos que responder, mas responder com decência, educadamente”, orientou.
Falhas
Marcelo admitiu que quem anda pelo Estado “sabe que tem falhas, e tem muitas falhas”. “Mas estamos tentando, dentro de um planejamento, diminuir essas demandas que nós temos em todos os setores. Mas se formos falar da saúde, educação, da segurança pública, no social, no agronegócios, o Tocantins está sempre em evidência”, defendeu.
O governador disse que faltaram “respostas à sociedade” sobre projetos apresentados em 2014. “Mas não faltou a boa vontade de trabalhar da forma que gostaríamos”, afirmou.
Quarto mandato
Com a decisão, Marcelo vai tentar o quarto mandato de governador, feito já conquistado por Siqueira Campos. O primeiro mandato do emedebista foi alcançado em 2002, quando concorreu pelo PFL, compondo a antiga União do Tocantins, contra Freire Júnior, pelo MDB. Na época, Marcelo foi eleito com 60,6% dos votos contra 33,74% para o hoje presidente do Banco do Povo.
O segundo mandato Marcelo conquistou em 2006, após romper com Siqueira em 2005, colocando à era comando geral da União do Tocantins no Estado. O grupo hegemônico em quase toda a década de 1990 se dissolveu nos anos seguintes e foi extinto em 2009, quando Siqueira se aliou à senadora Kátia Abreu para as eleições de 2010.
Após batalhas judiciais que lhe custaram o mandato de governador em 2009 e de senador em 2011, Marcelo chegou ao seu terceiro mandato em 2014. Assumiu um Estado endividado, custeio elevadíssimo e mínima margem de investimentos, o que engessou as ações e gerou profundo desgaste à gestão.
OS TRÊS MANDATOS DE GOVERNADOR
CONQUISTADOS POR MARCELO MIRANDA
ELEIÇÃO 2002
Votação %
Marcelo Miranda PFL 333.332 60,6
Freire Júnior MDB 185.594 33,74
ELEIÇÃO 2006
Votação %
Marcelo Miranda MDB 340.824 51,49
Siqueira Campos PSDB 310.068 46,84
Leomar Quintanilha PCdoB 9.206 1,39
Professor Elísio Psol 1.622 0,25
Capitão Azevedo PSDC 227 0,03
ELEIÇÃO 2014
Votação %
Marcelo Miranda MDB 360.640 51,3
Sandoval Cardoso SD 314.392 44,72
Ataídes Oliveira Pros 24.874 3,54
Carlos Potengy PCB 1.873 0,27
Eula Angelim Psol 1.234 0,18