O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu nessa segunda-feira, 11, prorrogar, por 90 dias, dois inquéritos relacionados ao presidente Jair Bolsonaro e a seus aliados, incluindo o que apura uma suposta interferência na Polícia Federal (PF).
De acordo com a decisão do ministro, o novo período começa a contar a partir do encerramento do prazo final anterior, que era 27 de outubro. A medida inclui também o inquérito sobre uma suposta milícia digital que teria atuado contra a democracia e o Estado democrático de direito.
Moraes ressalta no documento “a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento”.
As investigações são de responsabilidade da PF e, inclusive, a delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro já havia solicitado ao STF a prorrogação do caso da “milícia digital” na semana passada.
Já no caso sobre a interferência de Bolsonaro na PF, o inquérito estava parado desde outubro de 2020, aguardando uma definição do Supremo sobre o formato do depoimento do presidente, se pessoalmente ou por escrito. Em 6 de outubro, quando a questão começou a ser julgada, Bolsonaro mudou de ideia e pediu para depor pessoalmente.
Um dia depois, porém, Moraes determinou que o chefe de Estado prestasse depoimento em até 30 dias. Este inquérito foi aberto no ano passado a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, depois que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro acusou o presidente de tentar interferir politicamente no comando da instituição para proteger parentes e aliados.
Segundo o ex-ministro, Bolsonaro solicitava relatórios de inteligência, além de pedir trocas no comando da corporação, como a exoneração do então diretor-geral da PF Maurício Valeixo, indicado por Moro. O chefe de Estado, por sua vez, nega as acusações.