Pré-candidato a governador pelo Partido dos Trabalhadores, o deputado estadual Paulo Mourão participou na noite desta quinta-feira, 19, de debate com o empresariado na promovido pela Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa). O parlamentar fez questão de apresentar o grave panorama econômico-financeiro do Estado e apresentou uma série de medidas para solucionar a situação. Entre as defesas, esteve a redução de secretarias.
No atual momento, o Estado gasta 54,99% da Receita Corrente Líquida (RCL) com pessoal, quando o limite máximo permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é de 49%, disse Mourão, que também apontou a dívida consolidada do Instituto de Gestão Previdenciária (Igeprev), que ultrapassa R$ 28 bilhões; lembrou que o governo fechou 2017 com mais de R$ 900 milhões de restos a pagar com fornecedores; e que, além disso, não tem feito os repasses aos bancos dos consignados descontados de servidores e da contribuição ao Igeprev; e que ainda acumula uma dívida de R$ 1,2 bilhão, de 2009 para cá, com servidores efetivos.
Paulo Mourão também destacou os problemas da saúde, educação, segurança pública, condenou o sistema tributário do Estado, que considera “arcaico”; e apresentou seu projeto para transformação do Tocantins, que prevê aumento de receitas e do Produto Interno Bruto (PIB), otimização da gestão; modernização do sistema fazendário; adoção de medidas para promover o equilíbrio fiscal, orçamentário e financeiro do Estado.
O enxugamento da máquina pública foi uma das bandeiras. “Hoje existem 33 Secretarias, não precisa mais do que dez secretarias”, afirmou. O pré-candidato prega uma política de rompimento do Velho Tocantins para um Novo Tocantins, com independência da economia e das transferências do governo federal, a fim de que não se perpetue esse ciclo vicioso. “Essa é a grande transformação que queremos para o Tocantins e acreditamos que é possível se tivermos o apoio da sociedade como um todo”, afirmou. Paulo Mourão acredita que com um estado inovador, empreendedor e eficiente o Tocantins estará menos sujeito a crises nacionais e do próprio Estado.
O pré-candidato apontou quais caminhos pretende trilhar para tornar o Tocantins viável com geração de empregos e renda, tendo como pilar a iniciativa privada, com foco na produção de alimentos, através da agricultura familiar, fruticultura e o agronegócio. Outros setores que vão merecer atenção é o de turismo, exploração mineral e energia solar. Ele respondeu perguntas sobre como pretende resolver a questão de pessoal do Estado e como irá atrair investidores.
Mourão disse enxergar no setor primário uma solução para oferecer às empresas um incentivo a se instalarem no Tocantins, além da mão de obra qualificada. Por este motivo, afirma que o Estado precisa preparar os jovens com ciência, tecnologia e inovação. Como considera o Tocantins um estado agropastoril, o petista vê no segmento um suporte para a economia tocantinense, com forte potencial para promover o desenvolvimento sustentável.
Políticas de incentivo às cadeias produtivas foram defendidas, destacando que sua proposta é investir na territorialidade de cada região, ou seja na vocação regional, ampliando o crescimento econômico pelo interior. Segundo apontou, as três principais cidades do Estado: Palmas, Araguaína e Gurupi respondem por 35% do PIB.
Paulo Mourão também teceu comentários sobre como irá utilizar a Ferrovia Norte-Sul na promoção do desenvolvimento do Estado, não só viabilizando o transporte da produção, como até transporte de passageiros. Segundo ele, não justifica investir milhões em uma obra que hoje praticamente só está servindo à Valec.
“Sem populismo”
Paulo Mourão também falou da sua preocupação com as bacias hidrográficas, que este ano sofreram com a seca de vários rios do Estado, como o Tocantins, Araguaia, Javaé, Formoso, Riozinho, Taquarussu Grande e tantos outros. Se posicionou contra a construção de mais hidrelétricas no Estado e defendeu as energias renováveis, como a energia solar. O pré-candidato destacou seu desejo de governar o Tocantins para promover uma mudança na forma de gerir o Estado, “sem populismo”, mas com resultados que alcancem todos os tocantinenses e não apenas grupos apadrinhados de políticos.
O pré-candidato apontou como pretende resolver a questão da saúde pública do Estado que hoje gasta muito e não consegue atender bem a população. Ele também mencionou como irá tornar o Plansaúde viável, sem prejudicar os servidores e sem que o estado tenha que bancar quase que 70% do plano de saúde. Ele também apontou saídas para resolver o rombo do Igeprev.
Paulo Mourão discorreu ainda sobre vários outros temas sobre os quais foi questionado. O parlamentar considerou que a política atual asfixia a economia, que o setor produtivo sofre a com elevada carga tributária e aumento de impostos. Sua proposta é de uma gestão onde a iniciativa privada, seja aliada do poder público nas decisões importantes da economia, para isso pretende criar conselhos, o Conselho Econômico e Social, por exemplo, seria presidido pelo setor privado, tendo uma Secretaria Executiva, comandada pelo poder público, sendo sua composição paritária para revisão e modernização do sistema fazendário. (Com informações da Ascom)