O deputado estadual Nilton Franco (MDB) foi à Tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira, 3, para sair em defesa do ex-governador Marcelo Miranda (MDB), preso desde quinta-feira, 26, no âmbito da Operação 12º Trabalho, da Polícia Federal. O parlamentar quebrou o silêncio sobre o tema ao dizer que “respeita a decisão”, mas “não concorda”.
Indignado
Nilton Franco questiona a manutenção da prisão de Marcelo Miranda, visto que o político é uma figura pública, ex-governador e presidente do “maior partido do Estado”. “Eu venho dizer que estamos indignados, insatisfeitos com a prisão. Venho repudiar esta ação que estão fazendo. Se ele for condenado, que pague pelo crime, mas deixe ser condenado primeiro”, comentou.
Quem acusa tem que provar
O emedebista defende que não há razões para a manutenção da prisão de Marcelo Miranda. “De maneira brusca o mantiveram na prisão. Qual é o perigo que fornece à população deste Estado? Está sendo acusado por vários crimes, mas não tem nenhuma sentença transitado em julgado. São supostos crimes, tem que apurar. Agora prender um cidadão por um suposto crime? Quem acusa é quem tem que provar”, reforçou.
Prisão preventiva virou regra
Quem também se manifestou contra a prisão foi a deputada estadual Cláudia Lélis (PV), que foi vice-governadora na última gestão do emedebista. “Nós sabemos bem que Marcelo Miranda é réu primário, tem residência fixa. E mais, prisão preventiva, a priori, era para ser uma exceção à regra. E hoje virou a regra em si. Apesar de respeitar a decisão da Justiça, gostaria reforçar as palavras de Nilton Franco: também não concordo. Não coloca em perigo ninguém da sociedade”, defendeu.
Na turbulência é difícil receber acolhida
O terceiro deputado a falar da prisão de Marcelo Miranda foi outro correligionário, Elenil da Penha (MDB). O parlamentar cumprimentou Nilton Franco e Cláudia Lelis pelo posicionamento. “No momento de turbulência, que o cidadão está abandonado, largado, escorraçado, apanhando, é difícil ter alguém para acolher”, iniciou.
Não tem transitado em julgado
Elenil da Penha também demonstrou preocupação com a manutenção da prisão de Marcelo Miranda, visto que danifica a imagem do homem público ainda no momento da investigação. “Não estou dizendo aqui que ele é culpado ou inocente, até porque não tem transitado em julgado. Tem uma preventiva para uma investigação, mas para os olhos da população já foi demonstrado que está condenado. Isto que tem arrebentado a vida das pessoas”, comentou.
Mentira deslavada
Em outro ponto da manifestação, Elenil da Penha chegou a descredibilizar uma das delações apontadas na decisão da Operação 12º Trabalho, onde foi narrado que Marcelo Miranda jogava dinheiro para alto ao chegar em uma das fazendas citadas como dele. “Ele dava trabalho para pagar um almoço para a gente. Ali é uma mentira mais deslavada que já vi na minha vida”, disse.
Assista o pronunciamento dos três deputados: