Correligionário do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), o deputado Nilton Franco (Republicanos) fez o discurso mais duro contra o Palácio Araguaia durante a audiência pública sobre a Reforma da Previdência. O parlamentar criticou nessa segunda-feira, 11, a maneira como chegam as matérias do Poder Executivo e ainda aproveitou para militar por outra pauta, o subteto, que também afeta o funcionalismo, mas o de alto escalão.
VEJO COISAS ABSURDAS, MAS SOU UM NO MEIO DE 24
Ao abrir o pronunciamento, Nilton Franco questionou a tramitação de matérias na Assembleia Legislativa (Aleto). “Eu tenho visto muitas coisas nesta Casa aqui, a toque de caixa. Não falo só como deputado, mas com o coração mesmo. Vejo muitas coisas absurdas. Eu só sou um no meio de 24. A gente é vencido facilmente no afogadilho”, comentou.
REFORMA DO ANO PASSADO FOI UMA SURPRESA VIOLENTA
Em seguida, Nilton Franco lembrou que o Estado tentou pela primeira vez a aprovação da Reforma da Previdência justamente no fim de 2022. “Veio ano passado na calada. Uma surpresa violenta para nós que somos deputados, imagina para os servidores. Todo mundo ficou louco”, afirmou. Apesar de reconhecer a “sensibilidade” de Wanderlei Barbosa de retirar a matéria, o deputado disse que o texto iria tramitar “vergonhosamente” e ser votado “na calada da noite”.
GOVERNO NÃO ACOLHEU SUGESTÕES DO SINDICATO
Após uma análise da última tentativa, Nilton Franco passou a questionar a nova investida do Estado. O deputado fez coro aos sindicatos, rebatendo a fala do procurador-geral do Estado, Klédson de Moura Lima, de que o Palácio Araguaia acatou com a maioria das sugestões. “Vejo nas manchetes que o governo fala que foi exaustivamente discutido com servidores. E esta proposta chega a Casa, um ano depois. Já vi a proposta e realmente, não é 70% como foi falado não. Olha lá se chega aos 10%. A gente tem que ser coerente e realista. Aqui não cabe mais conversas distorcidas”, disparou.
NÃO TRAZ UMA PLANILHA
Outro ponto criticado pelo parlamentar foi sobre uma suposta falta de estudo para a apresentação da proposta. “Tenho cobrado a real situação financeira do Igeprev. Nunca chegou. Duvido que alguém saiba. Só se vê falar dos aportes do governo para pagar os aposentados e inativos Como um órgão deste não traz um planilha”, argumentou.
NINGUÉM VAI SAIR GANHANDO
Relator da Reforma da Previdência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Nilton Franco também abordou como pretende tratar a matéria, mas admitiu que haverá perdas. “Temos que entender que ninguém vai sair ganhando, mas ninguém pode sair perdendo tanto. Temos que pagar um preço, o governo e os servidores”, disse o deputado, aproveitando para questionar os episódios de rombo do Instituto de Gestão Previdenciária. “Embora este preço pago, é como se o ladrão que roubou nossa casa impune enquanto a gente tem que comprar tudo de novo”, acrescentou.
SUBTETO
Por fim, Nilton Franco aproveitou para defender a pauta do subteto, que vincula salário do funcionalismo ao de desembargador. Neste tema, o deputado foi mais duro com o PGE, alegando que o mesmo enviou procuradores para uma reunião para “mentir descaradamente”. “Dizer que não pode, que é inconstitucional. Será que é só aqui? Que o Estado não tem condição, que vai quebrar. É engodo. E não adianta subestimar a inteligência nossa que ninguém é bobo”, disparou o parlamentar, que é auditor fiscal, uma das categorias que cobram a mudança do subteto.
Confira a íntegra do discurso: