A Prefeitura de Palmas apresentou balanço financeiro do 1º quadrimestre de 2018 na Câmara de Palmas, na semana passada, e apontou a existência de um déficit de R$ 36 milhões nas contas do Executivo municipal, segundo informou ao CT, o vereador Lúcio Campelo (PR). Para o republicano o relatório mostra que o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) deixou a prefeitura “quebrada” para a atual gestora, Cinthia Ribeiro (PSDB), administrar.
O parlamentar, disse que vai acionar o Ministério Público Estadual (MPE) porque, segundo ele, o “rombo” é ainda maior. No último quadrimestre do ano passado, afirmou, o Paço apresentou um saldo positivo de R$ 52 milhões e quatro meses depois as contas ficaram negativas em R$ 36 milhões. “Isso me faz pensar que o superávit do final do ano passado foi maquiado, porque hoje a prefeitura está quebrada, sem dinheiro, com os contratos contínuos todos atrasados desde janeiro e com rombo de aproximadamente R$ 90 milhões”, apontou.
Para o vereador, Amastha utilizou recursos públicos deste ano para pagar dívidas do ano passado que não constavam no orçamento. “Ele pagou dívida de 2017 utilizando os recursos de 2018 para fazer campanha de governador e deixou aí um rombo de quase R$ 90 milhões nas costas da Cinthia, como é que ela faz gestão daqui para frente?”, questionou. “Muita desonestidade. Um cara que quer ser governador do Estado deixar um buraco desse na gestão é um absurdo. Como é que ele vai cuidar do Estado?”, indagou novamente o parlamentar, acrescentando que a documentação para ser encaminhada ao Ministério Público já está sendo preparada.
Outro lado
Carlos Amastha foi procurado por meio de sua assessoria para falar sobre o déficit, mas preferiu não se manifestar. Contudo, nessa segunda-feira, 25, o ex-prefeito de Palmas apresentou balanço informando que equilibrou as contas e deixou a Capital enquadrada na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Questionado pelo CT, o vereador Lúcio Campelo confirmou que a folha de pessoal do Paço não extrapolou o limite estabelecido pela LRF, que, para municípios, é de 54%.
Conforme os dados divulgados, no terceiro quadrimestre de 2017 o gasto com pessoal foi de 48,25% (em números reais: R$ 450.371.048,92). Já no primeiro quadrimestre deste ano o índice foi de 48,37% (R$ 465.264.136,89). Para Amastha, os dados copilados desde o terceiro quadrimestre de 2012 (na gestão Raul Filho) até o fechamento referente aos primeiros quatro meses deste ano comprovam que a sua gestão equilibrou as contas e, apesar de duas oscilações no período, manteve o enquadramento da Capital em relação à LRF.
“Os números comprovam aquilo que sempre fizemos e tivemos a transparência de divulgar para a população: fizemos uma gestão eficiente e, apesar de contratempos, conseguimos com apoio de uma equipe técnica e competente equilibrar as contas, respeitando a lei e principalmente o cidadão que paga seus impostos”, comentou o pessebista, que deixou a prefeitura em abril deste ano para concorrer ao governo do Estado.
Amastha ressaltou que a tendência é de queda maior no segundo quadrimestre deste ano. Ele lembrou que em julho a Prefeitura de Palmas terá um aumento de receita graças a uma conquista no período em que presidiu a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) no início deste ano.
Segundo ele, Palmas receberá mais 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) o que, em números reais, representa acréscimo de R$ 11 milhões aos cofres da gestão municipal. “Uma grande conquista. Com esse incremento, a receita aumentará e o índice deve cair, com uma tendência de girar em torno dos 47% de gasto com pessoal”, afirmou.