Em publicação nas redes sociais nesta quarta-feira, 29, o vereador Marcos Duarte (SD) provocou os seguidores a noticiarem ao gabinete casos em que instituições de ensino utilizem a linguagem neutra. “Defendemos medidas que permitam proteger o ensino público e privado das manobras ideológicas e comportamental que não respeitem a integridade da formação intelectual dos estudantes. Defendemos a norma culta da Língua Portuguesa para garantir aos estudantes o direito ao aprendizado correto”, justificou na publicação. O parlamentar de Araguaína é o mesmo que já foi denunciado por racismo, homofobia e é autor do Projeto de Lei que criou o Dia do Conservadorismo.
Somos já repudia
Autor destas denúncias contra Marcos Duarte, o coletivo Somos já reagiu à publicação, alegando que o vereador faz alusão à “falácia da ideologia de gênero” e ignora problemas reais. “Quem minimamente conhece a realidade de uma sala de aula, principalmente em Araguaína, tem noção de que o que os professores precisam é de infraestrutura de qualidade, valorização salarial sem ser necessário paralisações. Sobre os alunos, além de uma qualidade alimentar, é necessário investimento em apoio psicológico e social. Esses dias uma escola de lá teve uma ameaça de massacre. O que o vereador e a Câmara está debatendo sobre isso? Nada. São muito bem pagos, mas ficam apenas em debates morais que não trazem benefício nenhum para sociedade”, afirma Alexandre Peara, membro do grupo.
Aversões podem ser repressão aos próprios desejos
Pesquisadora e membro do coletivo, Thamires Lima questiona a obsessão de Marcos Duarte sobre o tema. “Acredito que uma pessoa pode ter antipatia ou ódio contra pessoas diferentes por diversas razões: educação, crenças de qualquer tipo ou medo. Freud explica que determinadas aversões também podem ser produzidas pela repressão de certas pessoas de seus próprios desejos. Acredito que não seja essa a questão que envolve o presidente [eleito da Câmara], mas realmente a falta de trabalho efetivo para mostrar para os araguainenses, que estão sofrendo todos os dias quando precisam colocar gasolina, comprar um gás, ou simplesmente colocar comida no prato de suas famílias”, destacou.
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